No mundo laboral atual, cada vez mais diverso, entender as mudanças demográficas é fundamental para as empresas que pretendem manter uma vantagem competitiva e para os investidores que buscam identificar os vencedores.
O termo “mudança demográfica” descreve as mudanças na distribuição por idade, no tamanho da população e na dispersão geográfica de indivíduos e grupos ao longo do tempo. Essas transformações geralmente ocorrem devido a fatores como o aumento ou a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade, além de mudanças nas normas e comportamentos sociais. Para as empresas, entender as mudanças demográficas pode ajudar a desenvolver estratégias para responder às demandas flutuantes dos consumidores. Também pode ajudar a reduzir a rotatividade de funcionários e a cultivar uma base de talentos.
Nos últimos anos, assessorei centenas de organizações em todo o mundo e descobri que as mudanças demográficas são muito afetadas pela difusão da tecnologia, especialmente smartphones, tablets e redes sociais. Atualmente, segundo o Escritório de Comunicações, que regula a radiodifusão e as telecomunicações no Reino Unido, cerca de uma em cada cinco crianças menores de quatro anos no Reino Unido tem acesso a um smartphone, enquanto aproximadamente 50% dos adolescentes se consideram “viciados” em seu telefone.
A difusão onipresente da tecnologia está, por sua vez, provocando uma maior individualização dentro da sociedade, ao mesmo tempo que retarda os trajetos de vida. A tecnologia nos torna mais individuais do que nunca, ao mesmo tempo em que nos mantém psicologicamente mais jovens por mais tempo.
Outra forma de analisar as mudanças demográficas é através da “lente” das gerações. A pesquisa geracional geralmente classifica as coortes demográficas em grupos com base nos anos de nascimento.
Para as empresas e investidores, é crucial entender o impacto que as diferentes gerações têm em um mundo de trabalho cada vez mais diverso. Cada geração traz ao trabalho seus próprios pontos fortes e desafios. As gerações trabalham de formas diferentes, se comunicam de formas diferentes e respondem de formas diferentes aos gestores. Em um ambiente multigeracional, uma abordagem única falhará inevitavelmente. Por outro lado, empresas que souberem aproveitar essas diferenças poderão criar e manter equipes coesas e produtivas. No quadro 1, é oferecido um breve resumo geral das quatro gerações que interagem atualmente no ambiente de trabalho.
Fonte: Dr. Paul Redmond, 2024.
No quadro 2 é apresentada a distribuição das gerações em todas as regiões. Depois de recentemente superar a geração X, os millennials agora representam a maior coorte geracional no mercado de trabalho. Minha pesquisa demonstrou que, em muitas organizações, os millennials atualmente ocupam cargos de gerência intermediária, o que pode representar um desafio tanto para eles quanto para seus subordinados diretos. Com frequência, os millennials têm dificuldade em manter conversas abertas e sinceras, especialmente ao tratar de temas difíceis. Apoiar os millennials, oferecendo-lhes oportunidades para desenvolver suas habilidades e confiança, deve ser considerado um objetivo essencial para gestores das gerações boomers e X.
Dito isso, dada sua familiaridade com a tecnologia e sua capacidade de trabalhar em equipe em objetivos cívicos e orientados à comunidade, o desenvolvimento de gerentes intermediários millennials pode proporcionar oportunidades consideráveis para empresas e investidores, especialmente em áreas relacionadas à sustentabilidade e ao ambientalismo.
Fonte: Escritório de Estatísticas Trabalhistas dos EUA; Purdue Global; Catalyst; CIPD; Fórum Econômico Mundial; McKinsey & Company; Pew Research Center; Forage; Purdue Global. EMEA = Europa, Oriente Médio e África. Dados de várias fontes até julho de 2024.
No início deste ano, iniciei um projeto de pesquisa inovador, em parceria com Janus Henderson, para estudar as atitudes de cada geração em relação à sustentabilidade ambiental, comportamento de consumo, inteligência artificial, canais de comunicação preferidos, atitudes em relação a veículos elétricos e criptomoedas.
Os resultados revelaram até que ponto as atitudes intergeracionais em relação a esses temas variam entre as gerações. As principais conclusões do estudo, que será publicado na íntegra no final deste ano, são as seguintes:
– A sustentabilidade é importante para todas as gerações, mas atinge seu ápice entre os millennials e a geração Z.
– Os millennials estão dispostos a organizar suas finanças pessoais com base em critérios sustentáveis e ambientais.
– Os millennials tendem a consumir produtos e serviços sustentáveis e estão dispostos a pagar mais por eles.
– O e-mail continua sendo a plataforma de comunicação mais popular entre todas as gerações, especialmente para informações sensíveis de saúde.
– Boomers e geração X mostram-se cautelosos com a IA, principalmente em relação ao seu impacto no mercado de trabalho. Já millennials e geração Z são mais otimistas, enxergando a IA como uma fonte de empregos futuros.
– Veículos elétricos: millennials e geração Z são os mais otimistas e dispostos a comprá-los.
Com base nessa pesquisa, foi desenvolvida uma nova tipologia geracional. Os millennials emergem como “ecologistas digitais”, motivados por fortes valores éticos e sustentáveis, com habilidades, conhecimento e otimismo para aproveitar o crescimento da IA. A geração Z é vista como “pioneiros da tecnologia”, os primeiros nativos verdadeiramente digitais, confortáveis com a tecnologia e que valorizam a individualidade e a privacidade. Os baby boomers são classificados como “gestores tradicionais”: valorizam o trabalho árduo, lealdade e tradição, e atuam como guardiões dos sistemas e processos estabelecidos. A geração X são “nômadas pragmáticos”, independentes, autossuficientes e pragmáticos, muito céticos em relação às mensagens sobre sustentabilidade, ecologia e novas tecnologias.
As mudanças geracionais estão reconfigurando o ambiente de trabalho. Ao analisar e responder a essas transformações, empresas e investidores podem mitigar riscos potenciais e aproveitar as oportunidades emergentes. Criar um ambiente onde equipes multigeracionais possam prosperar ajuda a reter talentos, enquanto garante que todos os funcionários, independentemente da geração, tenham oportunidades para desenvolver carreiras produtivas e significativas.
Tribuna de Alison Porter, gestora de carteiras da Janus Henderson, e Dr. Paul Redmond, especialista em gerações e no futuro do trabalho.
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