A música “Love Story”, lançada em 2008 e pertencente ao álbum “Fearless”, catapultou Taylor Swift para a fama. Hoje, ela não é apenas uma das cantoras mais talentosas do cenário musical, mas também se tornou uma das mulheres mais influentes da sociedade norte-americana e uma presença constante na lista da Forbes. Seu impacto vai além e, segundo uma análise realizada pelo operador de bolsa Freedom 24, divisão europeia da Freedom Holding Corp., sua “Eras Tour”, que será realizada na Europa neste verão, foi definida como a maior turnê de todos os tempos. Com mais de 1 biilhõe de dólares em faturamento em 2023 e uma previsão semelhante para este ano de 2024, sem dúvida, nasceu o fenômeno conhecido como Swiftonomics.
“A turnê europeia de Taylor Swift representa mais do que um evento musical. É um catalisador para a atividade econômica e o interesse dos investidores. À medida que o conceito de Swiftonomics continue moldando o discurso econômico, podemos ser otimistas sobre o potencial da turnê para impulsionar setores como turismo, comércio varejista e entretenimento. Embora o impacto macroeconômico possa variar de uma região para outra, os efeitos localizados oferecem oportunidades de investimento”, afirmam da Freedom 24.
Como é natural, a chegada de uma estrela famosa do pop pode provocar um mini boom econômico em certas cidades e regiões, quando os fãs gastam dinheiro em hotéis, restaurantes e entretenimento. Segundo a Freedom 24, outros exemplos relevantes são a recente turnê de Beyoncé pela Suécia, que foi associada ao aumento da inflação no país escandinavo; ou o fato de que o Federal Reserve dos Estados Unidos destacou a pegada de Swift nas receitas hoteleiras na cidade de Filadélfia, no que é conhecido como o seu Beige Book de junho de 2023, o relatório que indica possíveis mudanças na economia após as reuniões de política monetária desta entidade, ao comparar o impacto econômico de seus concertos com o do Super Bowl, um dos grandes eventos esportivos nos Estados Unidos e em muitas partes do mundo.
“Em geral, os números não são significativos o suficiente para fazer uma diferença em termos de crescimento econômico, mas mostram uma certa propensão ao gasto. Isso é encorajador, pois sugere que os consumidores ainda estão dispostos a gastar dinheiro em bens e serviços como resultado de uma demanda reprimida após a pandemia. Este é o caso dos gastos com experiências culturais ou viagens, que têm produzido um impulso notável, por exemplo, no setor da aviação comercial”, assinalam.
Ao falar de números, a empresa explica que, para prever o impacto potencial de uma turnê europeia, é importante examinar os padrões e tendências observados durante as turnês anteriores de Taylor Swift. “Nos Estados Unidos, o Eras Tour gerou um consumo surpreendente de 5.000 milhões de dólares, grande parte do qual é atribuído ao varejo. Ao mesmo tempo, a Associação de Viagens dos Estados Unidos (US Travel Association) anunciou que o valor poderia se aproximar dos 10 bilhões de dólares se considerarmos os gastos indiretos dos consumidores que talvez não tenham realmente assistido aos concertos, mas participaram no consumo ao redor do evento. De forma similar, na Ásia, onde a turnê passou por países como Singapura, Japão e Austrália, houve efeitos localizados. Em Singapura, por exemplo, esperava-se que a afluência de espectadores ao concerto impulsionasse as vendas no varejo e o crescimento do PIB. Durante a breve visita de Taylor Swift ao Japão, houve um crescimento localizado em setores específicos, como habitação e transporte”, indicam.
Dessa análise, conclui-se que em economias pequenas como Singapura, onde se espera que o impacto da turnê seja mais pronunciado, as receitas turísticas e as vendas no varejo aumentarão, e é provável que os concertos contribuam positivamente para o PIB, embora em menor escala. “Notavelmente, a influência de Swift se estendeu além dos locais onde ocorreram os concertos. A Air New Zealand, por exemplo, experimentou um aumento na demanda por voos para a Austrália depois que Swift insinuou incluir esta região na sua turnê. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, solicitou que a cantora incluísse localidades do país na turnê, o que demonstra a importância econômica de uma decisão deste tipo”, acrescentam.
Oportunidades de investimento
Na opinião da Freedom 24, à medida que Taylor Swift estreia nos palcos europeus, os investidores observarão o impacto potencial de sua turnê em diferentes setores. “Nas maiores economias europeias, como o Reino Unido e os países da zona euro, o impacto geral pode ser limitado, mas em economias menores como Irlanda, Países Baixos e Áustria, podem ocorrer efeitos localizados relevantes em setores como hotelaria, transporte e comércio varejista. Mas a ocupação de hotéis em cidades como Edimburgo, Liverpool e Cardiff, onde já há cartazes de ‘lotado’, já é um indicador do impacto econômico global dos concertos”, comentam.
Nesse sentido, espera-se que os principais beneficiários da turnê de Taylor Swift, com base em tendências históricas, sejam: turismo e hotelaria; comércio varejista e merchandising; indústria do entretenimento; e plataformas de streaming e distribuidores de música.
Em sua análise, a empresa identificou os valores de renda variável que mais se beneficiarão dessa turnê de concertos e do trabalho de Taylor Swift. Em primeiro lugar, apontam para o Spotify (SPOT), uma força dominante na indústria da música com uma participação significativa em comparação com seus concorrentes, com 31% do mercado. “A presença de Taylor Swift na plataforma tem sido um fator importante para seu sucesso, e sua popularidade ajudou o Spotify a alcançar 100 milhões de ouvintes por mês. A influência de Swift e seus concertos nas perspectivas futuras do Spotify não pode ser subestimada”, afirmam.
Em segundo lugar, citam a Disney (DIS) e explicam que a parceria estratégica com Taylor Swift e a Epic Games foi bem recebida pelos investidores. Além disso, o CEO da Disney, Bob Iger, anunciou que o Disney+ transmitirá o documentário Taylor Swift: The Eras Tour a partir de 15 de março.
Por último, outro valor que se beneficiará será a Booking Holdings Inc. (BKNG), devido ao seu domínio no setor de viagens online. “Espera-se que o Eras Tour de Taylor Swift atraia grandes multidões de fãs de todo o mundo para diversas cidades da Europa e de todo o globo. A BKNG se beneficiará desse aumento na atividade de viagens à medida que os fãs reservem hospedagem, voos e outros serviços relacionados ao turismo, através de suas plataformas. Portanto, eventos importantes como o Eras Tour oferecem oportunidades de negócio que a BKNG pode capitalizar no turismo de eventos. Ao oferecer pacotes de viagens personalizados, ofertas exclusivas e facilidade de reservas, a BKNG pode atrair um fluxo substancial de turistas, o que leva ao crescimento das receitas e à expansão da participação de mercado”, concluem da Freedom 24.
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