As ofertas no mercado de capitais brasileiro atingiram um recorde de R$ 337,9 bilhões no primeiro semestre de 2024, impulsionadas principalmente por instrumentos de renda fixa. Os dados foram divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), que também revelou um volume de R$ 66,2 bilhões apenas em junho.
Segundo Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, “O resultado demonstra um crescimento sustentável da renda fixa, com emissões pulverizadas em diversos produtos e segmentos. Temos também um bolso cada vez mais profundo para grandes operações, com 52% dos R$ 337,9 bilhões correspondendo a emissões acima de R$ 1 bilhão.”
Destaques do Primeiro Semestre
- Debêntures: Emissões somaram R$ 206,7 bilhões, maior patamar da série histórica. Os recursos foram majoritariamente destinados à gestão ordinária (26,4%) e infraestrutura (21,2%). Os principais subscritores foram intermediários e demais participantes ligados à oferta (48,1%) e fundos de investimento (46,1%). O prazo médio dos papéis foi de 7,5 anos, com setores de infraestrutura representando 43,7% do volume.
- Securitização: FIDCs lideraram com R$ 34,3 bilhões em emissões, seguidos por CRIs (R$ 31,4 bilhões) e CRAs (R$ 19,4 bilhões).
- Instrumentos Híbridos: FIIs totalizaram R$ 26,6 bilhões em ofertas, e Fiagros captaram R$ 1,4 bilhão.
- Renda Variável: Operações de follow-on somaram R$ 4,9 bilhões.
- Emissões Externas: Alcançaram US$ 13,7 bilhões, com a República captando US$ 6,5 bilhões e empresas, US$ 6 bilhões.
Mercado Secundário e Perspectivas
O mercado secundário também mostrou aquecimento, com o volume negociado de debêntures chegando a R$ 334,7 bilhões, um recorde para o período. Maranhão destaca boas perspectivas para o segundo semestre, com expectativas de manutenção da Selic e incertezas sobre os juros americanos, sugerindo que a renda fixa continuará a ganhar espaço.