De mãos dadas com a DAVINCI TP, Ned Naylor-Leyland, Fund Manager da Jupiter AM, apresentou em Montevidéu e Buenos Aires as estratégias de ouro e prata da gestora, uma família de fundos que transita entre a renda variável e os alternativos para oferecer, em pequenas doses, uma posição defensiva que, combinada com a valorização dos preços da prata, pode se transformar em uma oportunidade.
Durante 2024, muito se falou sobre o ouro, pois bancos centrais de vários países (incluindo China e Índia) decidiram aumentar suas reservas. Paralelamente, intensas compras de prata (especialmente na Índia) e o consequente esgotamento das reservas agora atraem a atenção dos investidores.
“O posicionamento atual da nossa estratégia consiste em aproximadamente 18% em lingotes de ouro, 36% em mineradoras de prata e 46% em mineradoras de ouro (por meio das sociedades fiduciárias de lingotes). Esta é uma das nossas posturas mais otimistas (evidenciada pela nossa exposição à prata) desde o lançamento em 2016. Acreditamos que a prata tende a seguir os passos do ouro e passar por uma revalorização substancial”, explica Naylor-Leyland.
O ouro e a prata funcionam de maneira totalmente diferente na economia real, mas, ao projetar um fundo, são dois ativos complementares (quando o ouro sobe, a prata representa a oportunidade), sendo aplicados tanto em lingotes quanto em empresas mineradoras, embora o paralelismo fique por aí.
“O ouro é simplesmente dinheiro, comprar ouro é como sair do sistema, é uma forma de votar com meu capital, proclamando que estou fora. A prata, por outro lado, é outra coisa, é uma decisão de investimento ativa. Além disso, é uma matéria-prima que está escasseando, e por isso é o momento de comprar”, afirma o Head of Gold and Silver da Jupiter.
Um seguro contra o risco estrutural
A estratégia liderada por Naylor-Leyland tem, assim como o ouro e a prata, diferentes funções: “Os investidores que compraram o fundo até agora o fizeram por razões defensivas, mas quando a prata começou a subir, os investidores se tornaram mais gananciosos.”
“A evolução da estratégia Jupiter Gold & Silver é notavelmente influenciada pela relação ouro-prata. Trata-se de uma forma de representar quantas onças de prata seriam necessárias para comprar uma onça de ouro. Quando a relação ouro-prata cai, a prata supera o ouro, e nós tendemos a superar nossos concorrentes. Por outro lado, nossa estratégia fica para trás quando a relação sobe, e o setor como um todo sofre (relação mais elevada). Acreditamos que a crescente demanda monetária e industrial de prata ainda não foi plenamente reconhecida pelo mercado e, portanto, adotamos uma posição tática nesse metal”, explicam na Jupiter.
O fundo da gestora britânica, altamente volátil, é incluído nos portfólios em pequenas doses e tem todo o sentido como diversificador.
Naylor-Leyland é especializado em ouro e prata desde 2015 e sabe ler a geopolítica mundial com base nas oscilações do mercado. Atualmente, ele compara o ciclo atual com os anos 70 e o fim dos acordos de Bretton Woods, que vinculavam o dólar ao ouro.
“O fim de Bretton Woods foi um claro default dos Estados Unidos. Hoje, estamos novamente em uma situação complexa devido às altas taxas de endividamento, e acredito que, quando Trump assumir o poder, ele vai renegociar a dívida do seu país”, explica o especialista.
A pergunta é: Será Trump um novo Richard Nixon, capaz de mudar as regras do jogo globais e, de quebra, devaluar o dólar e impor tarifas para recuperar a supremacia dos EUA no comércio global?
“Este fundo oferece uma visão diferente do mundo financeiro e nos leva a discutir temas existenciais sobre o sistema monetário internacional”, observa Santiago Queirolo, Managing Director da DAVINCI TP.
A prata está se movendo abaixo do nível crítico de 32,5 dólares, um ponto de cotação que poderia desencadear um forte movimento de alta: “Prevemos que os preços da prata cheguem a uma faixa de 50-70 dólares quando esse teto técnico for rompido. O ‘puxão da prata’ é o catalisador que estávamos esperando”, conclui Ned Naylor-Leyland.