A maioria dos investidores institucionais prevê um aumento nos ativos de fundos sustentáveis nos próximos dois anos, de acordo com o novo relatório “Sustainable Signals” do Instituto de Investimento Sustentável de Morgan Stanley. A pesquisa, realizada em julho e agosto de 2024, reuniu as opiniões de mais de 900 investidores institucionais na América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico, avaliando as atitudes de proprietários e gestores de ativos em relação ao investimento sustentável, bem como as tendências emergentes nesse campo.
De acordo com as conclusões da pesquisa, 78% dos investidores esperam que o patrimônio em fundos sustentáveis aumente nos próximos dois anos, impulsionado por uma combinação de novos mandatos e maiores alocações de clientes existentes. De forma semelhante, 80% espera que a proporção de seus ativos alocados em opções de investimento sustentável aumente durante o mesmo período. Outro dado relevante é que mais de três quartos dos proprietários de ativos “concordam totalmente” ou “concordam em parte” que as ofertas de investimento sustentável influenciam as decisões de mandato, e 80% exigem que seus gestores de ativos tenham uma política ou estratégia de investimento sustentável.
“Os investidores institucionais veem uma trajetória de crescimento para os ativos sustentáveis a nível global nos próximos anos, para atender à crescente demanda de clientes e partes interessadas em um mercado de investimentos sustentáveis mais maduro. Este ano, o Instituto publicou os relatórios ‘Sustainable Signals’ com opiniões de investidores individuais, corporativos e institucionais, e cada grupo percebe a sustentabilidade como uma oportunidade para o crescimento e criação de valor”, afirma Jessica Alsford, Diretora de Sustentabilidade e Presidente do Instituto de Investimento Sustentável em Morgan Stanley.
Outros achados importantes da pesquisa incluem os desafios e preocupações dos investidores, sendo que o principal desafio reportado tanto por proprietários de ativos quanto por gestores é a disponibilidade de dados (71%), seguido pela orientação regulatória flutuante (69%) e o greenwashing (68%). Os investidores da região Ásia-Pacífico mencionam esses desafios em proporções maiores do que seus colegas europeus e norte-americanos, com preocupações específicas sobre a carga dos requisitos de divulgação para os investidores (71%).
Além disso, a pesquisa mostra que os investidores institucionais priorizam investimentos em saúde (41%) e inclusão financeira (40%). “Foram observadas diferenças regionais ao perguntar sobre as prioridades de investimento em soluções sustentáveis específicas, com os investidores europeus classificando as soluções relacionadas à natureza e à biodiversidade como mais importantes, por exemplo. É notável que as soluções de adaptação climática são vistas como uma das oportunidades de investimento mais subestimadas em todas as regiões”, apontam os pesquisadores.
O último achado importante deste relatório diz respeito aos objetivos de carbono neutro: quase dois terços dos proprietários de ativos e gestores estabeleceram uma meta de carbono neutro, e quase todos afirmam ter um plano para alcançá-la. Concretamente, 2% dos investidores institucionais já atingiram a meta de neutralidade de carbono. Quanto à avaliação do uso de compensações de carbono, os investidores institucionais apresentam opiniões diversas, conforme a pesquisa: 40% dos proprietários de ativos utilizam atualmente compensações de carbono para mitigar as emissões de suas carteiras e 31% oferecem a seus clientes compensações vinculadas a produtos específicos ou emissões agregadas.
No entanto, enquanto alguns consideram que as compensações são uma abordagem válida para a descarbonização (32% dos proprietários de ativos, 31% dos gestores), outros acreditam que devem ser usadas apenas para emissões difíceis de reduzir (21% dos proprietários, 22% dos gestores). “Outros ainda são cautelosos quanto ao uso de compensações e aguardam maior certeza sobre o assunto (28% dos proprietários, 27% dos gestores)”, conclui o relatório.