O panorama macroeconômico no final de 2024 parece positivo, com a inflação diminuindo e as taxas de juros caindo. Apesar disso, as avaliações – para 47% dos investidores institucionais – e as taxas de juros – para 43% – continuam sendo as principais preocupações das carteiras para 2025, de acordo com os resultados da nova pesquisa* da Natixis Investment Managers (Natixis IM).
De acordo com a gestora, após um mercado altista de dois anos, no qual grande parte dos ganhos foi concentrada nos valores tecnológicos, até 67% acredita que as avaliações das ações não refletem atualmente os fundamentos. No entanto, os entrevistados se mostram otimistas, já que 75% afirmam que 2025 será o ano em que os mercados perceberão que as avaliações importam, embora 72% comentem que a sustentabilidade do atual rali do mercado dependerá da política dos bancos centrais.
Uma das conclusões dessa pesquisa é que o sentimento melhorou drasticamente ao longo deste ano. Por exemplo, a visão sobre a inflação está mais positiva, já que mais de três quartos dos entrevistados globalmente afirmam que a inflação diminuirá ou permanecerá nos níveis atuais (38%) em 2025. De modo geral, 68% confiam que a inflação atingirá os níveis previstos para o próximo ano, enquanto 32% ainda estão preocupados com a possibilidade de a economia mundial enfrentar picos de inflação em 2025.
Ameaças econômicas
Apesar desse otimismo, os investidores institucionais ainda veem uma ampla gama de ameaças econômicas para o próximo ano, sendo suas maiores preocupações a expansão das guerras atuais – para 32% – e as relações entre os EUA e a China – para 34%. Embora suas perspectivas de mercado possam ser otimistas, os investidores institucionais são realistas: apesar da evolução relativamente tranquila das principais classes de ativos durante 2024, muitas das instituições entrevistadas globalmente preveem um aumento da volatilidade das ações (62%), dos títulos (42%) e das moedas (49%) em 2025.
Por outro lado, embora a confiança nas criptomoedas tenha mais que dobrado (38% contra 17% em 2024), devido à natureza especulativa desse tipo de investimento e à volatilidade que geralmente o acompanha, 72% afirmam que as criptomoedas não são apropriadas para a maioria dos investidores e outros 65% acreditam que não são uma opção legítima de investimento para as instituições.
No entanto, os planos de carteira mostram um alto nível de confiança, com 48% dos entrevistados dizendo que estão ativamente reduzindo o risco de suas carteiras. “Além disso, quatro em cada dez investidores institucionais espanhóis afirmam que estão assumindo ativamente mais risco em 2025”, indicam os responsáveis pela gestora.
Boom do mercado privado?
Outra conclusão dessa pesquisa é que os investidores institucionais têm a intenção de continuar aumentando suas alocações em ativos alternativos em 2025, já que 61% dos entrevistados acreditam que uma carteira diversificada 60:20:20, com investimentos alternativos, superará a combinação tradicional 60:40 de ações e títulos. Quanto ao destino dessa alocação de 20%, as instituições estão claras em que desejam adicionar mais ativos privados às carteiras.
Das suas opções, 73% estão mais otimistas em relação ao private equity em 2025, o que representa um aumento considerável em relação a 60% que pensavam da mesma forma há um ano. “É provável que isso mude ao longo do próximo ano, já que 78% acredita que os cortes nas taxas de juros melhorarão o fluxo de operações nos mercados privados, e 73% dos entrevistados afirmam que mais dívida privada será emitida em 2025 para atender à crescente demanda dos tomadores de empréstimos”, explicam os responsáveis pela Natixis IM.
Em relação à sua abordagem para os investimentos privados, 54% afirmam ter aumentado suas alocações nos mercados privados, enquanto 65% reconhecem que estão estudando novas áreas de interesse, como as oportunidades relacionadas à inteligência artificial.
Os mercados favorecerão a gestão ativa
Por fim, um dado relevante é que 70% dos investidores institucionais afirmam que os mercados favorecerão a gestão ativa em 2025, enquanto 67% disseram que seus investimentos geridos ativamente superaram seus índices de referência nos últimos 12 meses. “Dado o ambiente de taxas de juros e crédito em mudança, é provável que as instituições se beneficiem da gestão ativa. De modo geral, 70% dos entrevistados afirmaram que a gestão ativa é essencial para o investimento em renda fixa”, concluem os responsáveis pela gestora.
* A Natixis IM entrevistou 500 investidores institucionais que gerenciam, no total, 28,3 trilhões de dólares em ativos de pensões públicas e privadas, seguradoras, fundações, dotações e fundos soberanos de todo o mundo.
Por Pedro Pligher
Por Redacción Américas