O patrimônio dos fundos de investimento a nível mundial situou-se em 69 trilhões de euros durante o primeiro trimestre do ano, o que representou um crescimento de 2,9%, segundo os últimos dados publicados pela Associação Europeia de Fundos e Gestão de Ativos (Efama, pela sigla em inglês). Medido em moeda local, os ativos líquidos nos dois maiores mercados de fundos, Estados Unidos e Europa, aumentaram 6% e 4,5%, respectivamente.
Destaca-se, em particular, que o patrimônio dos fundos de renda fixa aumentou 3,1%, atingindo 12,6 trilhões de euros, enquanto os fundos multiativos experimentaram um crescimento de 3,6%, alcançando 10,5 trilhões de euros. No caso dos fundos do mercado monetário, o crescimento foi menor, de 1,9%, situando seu patrimônio em 9,6 trilhões de euros. Por outro lado, os fundos imobiliários e outros fundos foram as categorias que registraram uma diminuição de seus ativos sob gestão, com quedas de 18% e 13,6%, respectivamente.
Um dado interessante é que, no final do primeiro trimestre de 2024, 45,3% do patrimônio em fundos de investimento a nível mundial estava em fundos de ações, enquanto a renda fixa representava 18,2% e os fundos multiativos 15,2%, seguidos de perto pelos monetários, que representavam 14%.
“Se observarmos a divisão dos ativos líquidos de fundos de investimento mundiais por domicílio no final do primeiro trimestre de 2024, os Estados Unidos detinham a maior participação no mercado mundial, com 52,2%. A Europa ocupava o segundo lugar, com uma participação de mercado de 30,4%. China (4,7%), Brasil (3,4%), Canadá (3,2%), Japão (3,1%), República da Coreia (1%), Índia (0,9%), Taipei Chinês (0,3%) e África do Sul (0,3%) seguem nesta classificação”, destaca o relatório da Efama.
No conjunto, cinco países europeus figuram entre os dez maiores domicílios de fundos do mundo: Luxemburgo (com 8% dos ativos mundiais de fundos de investimento), Irlanda (6,3%), Alemanha (3,9%), França (3,4%) e Reino Unido (2,9%).
Entradas de dinheiro
Ao falar de fluxos, os dados mostram que os fundos registraram entradas no valor de 753 bilhões de euros, em comparação com 645 bilhões no quarto trimestre de 2023. Segundo a Efama, os fundos de longo prazo registraram entradas de 497 bilhões de euros, frente a 312 bilhões no quarto trimestre de 2023. “A nível mundial, as vendas de fundos de ações aumentaram de 173 bilhões de euros no quarto trimestre de 2023 para 193 bilhões de euros no primeiro trimestre de 2024”, destacam.
Nestes três primeiros meses do ano, a liderança foi para os fundos de renda fixa, que foram impulsionados pela forte demanda nos Estados Unidos e na Europa.
“Os veículos de renda fixa a nível mundial viram entradas líquidas recorde de 340 bilhões de euros no primeiro trimestre de 2024, o nível mais alto desde 2004. Esse aumento foi impulsionado pelos investidores que antecipavam taxas de juros mais baixas em meio à desaceleração da inflação e a pausa dos bancos centrais nas altas consecutivas das taxas”, aponta Bernard Delbecque, diretor sênior de Economia e Análise da Efama.
Em contraste, os fundos multiativos experimentaram saídas de 76 bilhões de euros, o que representa o oitavo trimestre consecutivo de vendas líquidas negativas. Também se destaca o bom desempenho dos ETFs, que registraram entradas líquidas de 361 bilhões de euros no primeiro trimestre de 2024, em comparação com 350 bilhões no quarto trimestre de 2023.
Análise geográfica
Segundo os dados da Efama, todas as grandes regiões experimentaram entradas líquidas. As entradas líquidas totalizaram 108 bilhões de euros na Europa, impulsionadas principalmente pela Irlanda (31 bilhões) e França (20 bilhões). “Por outro lado, Luxemburgo continuou a registrar saídas líquidas, totalizando 6 bilhões de euros”, destacam.
Os Estados Unidos registraram entradas líquidas de 276 bilhões de euros e a Ásia-Pacífico experimentou entradas líquidas de 317 bilhões, com a China à frente (com 219 bilhões), seguida pelo Japão (42 bilhões) e a República da Coreia (28 bilhões de euros).
“As Américas registraram 52 bilhões de euros em entradas no primeiro trimestre de 2024, em comparação com 22 bilhões no quarto trimestre de 2023. As vendas líquidas do Brasil tornaram-se positivas, registrando entradas líquidas de 21 bilhões, frente a saídas líquidas de 6 bilhões de euros no trimestre anterior. O Canadá também registrou notáveis entradas líquidas, no valor de 18 bilhões de euros”, destaca a Efama em seu relatório trimestral.