O patrimônio global dos fundos de investimento aumentou 2,3%, atingindo 70,58 trilhões de euros (75,6 trilhões de dólares) no segundo trimestre de 2024. Segundo dados coletados e publicados pela Associação Europeia de Fundos e Gestão de Ativos (Efama), os fundos registraram entradas líquidas de 761 bilhões de euros, um leve aumento em comparação aos 756 bilhões de euros do primeiro trimestre de 2024.
“As vendas líquidas globais de fundos de obrigações atingiram um novo recorde de 399 bilhões de euros no segundo trimestre de 2024, impulsionadas pela expectativa dos investidores em relação à redução das taxas de juros por parte dos bancos centrais globais. A China, em particular, registrou um máximo histórico em vendas líquidas”, destacou Hailin Yang, analista de dados da Efama.
Analisando os dados da Efama por classe de ativos, os ativos de fundos de ações aumentaram 2,5%, chegando a 32 trilhões de euros no final do segundo trimestre de 2024. Os ativos dos fundos de títulos cresceram 2,6%, para 12,9 trilhões de euros, e os fundos do mercado monetário cresceram 3,3%, para 9,9 trilhões de euros. No caso dos fundos multiativos, o aumento foi menor, até mesmo discreto, de apenas 0,4%, “permanecendo quase no mesmo nível do trimestre anterior, com 10,5 trilhões de euros”, observa a Efama. Essa mesma tendência foi observada nos fundos imobiliários, enquanto os demais fundos inverteram suas tendências anteriores, registrando aumentos nos ativos líquidos de 0,2% e 2,7%, respectivamente.
Um dos destaques do último relatório da Efama é que, ao final do segundo trimestre de 2024, os fundos de ações representavam 45,3% dos ativos líquidos globais dos fundos abertos regulamentados, enquanto os fundos de títulos representavam 18,3%, os fundos multiativos 14,9% e os fundos do mercado monetário 14,1% do total global.
Em relação à distribuição global dos ativos líquidos de fundos de investimento no final do segundo trimestre de 2024, os Estados Unidos tinham a maior participação de mercado, com 52,3%, e a Europa ocupava o segundo lugar, com 30,4%. A seguir estavam China (5%), Canadá (3,2%), Brasil (3,1%), Japão (3%), Coreia do Sul (1%), Índia (1%), Taipei Chinês (0,3%) e África do Sul (0,3%). “No total, cinco países europeus estavam entre os dez maiores domicílios de fundos do mundo: Luxemburgo (com 7,9% dos ativos de fundos de investimento a nível global), Irlanda (6,4%), Alemanha (3,9%), França (3,4%) e Reino Unido (2,9%)”, resume a Efama.
Movimento dos fluxos
Em termos de fluxos, a nível global, as entradas em fundos atingiram 761 bilhões de euros no segundo trimestre de 2024, um leve aumento em comparação com o trimestre anterior. As duas principais tendências que se destacaram foram o maior atrativo dos fundos de longo prazo e uma leve queda nas entradas em fundos monetários. “Globalmente, os fundos de ações captaram 122 bilhões de euros e os fundos de obrigações registaram entradas líquidas de 399 bilhões de euros. Em contraste, os fundos multiactivos continuaram a experimentar saídas líquidas, totalizando 55 bilhões de euros, um valor ligeiramente inferior ao do trimestre anterior”, afirmam na Efama. Por fim, no caso dos ETFs, esses veículos registaram entradas no valor de 292 bilhões de euros no segundo trimestre de 2024, uma diminuição em relação aos três primeiros meses do ano.
Se fizermos essa mesma análise em termos de regiões geográficas, a Efama destaca que todas elas experimentaram fluxos positivos, seguindo a mesma tendência dos primeiros meses de 2024. Por exemplo, a Europa registou entradas no total de 162 bilhões de euros, em comparação com os 108 bilhões do trimestre anterior. Esses fluxos de entrada foram impulsionados principalmente pela Irlanda e Luxemburgo, com Luxemburgo revertendo a sua tendência anterior e começando a registrar vendas positivas neste trimestre. Em contraste, os Países Baixos e a França registaram pequenas saídas no valor de 7 bilhões de euros e 6 bilhões de euros, respetivamente.
Nos Estados Unidos, os fluxos foram positivos, mas diminuíram, passando de 279 bilhões de euros no primeiro trimestre do ano para 194 bilhões de euros no segundo trimestre. Além disso, “a região da Ásia-Pacífico relatou entradas líquidas de 340 bilhões de euros, liderada pela China, com 249 bilhões de euros em vendas líquidas, seguida pela Índia e Japão”, destacam na Efama.
Por fim, as Américas experimentaram entradas líquidas de 65 bilhões de euros no segundo trimestre de 2024, em comparação com os 52 bilhões do primeiro trimestre de 2024. “O Brasil continuou a registar fortes entradas líquidas, enquanto o Canadá registou vendas líquidas de 15 bilhões de euros, abaixo dos 18 bilhões de euros do primeiro trimestre de 2024”, detalha o relatório da Efama.