Tanto os metais preciosos quanto os de uso industrial despertaram um forte interesse nos investidores no primeiro e segundo trimestres, segundo a J. Safra Sarasin Sustainable AM. O cobre, a prata, o ouro e outras commodities também sofreram oscilações. Portanto, com vista à segunda metade do ano, a pergunta é inevitável: os investidores deveriam vender e fazer caixa após as altas dos últimos meses?
De acordo com George Cotton, gestor de carteiras de commodities na J. Safra Sarasin Sustainable AM, o ouro e a prata se destacaram na primeira parte do ano após um aumento da demanda dos investidores na Ásia, enquanto a renda variável chinesa continuava decepcionando. “Agora, os preços do ouro e da prata se estabilizaram em níveis mais altos, já que os mercados antecipam o início de um ciclo de cortes de taxas nos Estados Unidos nos próximos meses”, afirma.
Não há dúvida de que as forças estruturais que favorecem os metais preciosos continuam atuando. Entre elas, a gestora identifica os grandes déficits fiscais, a incerteza geopolítica e um universo cada vez mais reduzido de ativos de refúgio. “No entanto, por enquanto, o posicionamento dos investidores parece bastante unilateral, e as grandes apostas altistas existentes nos fazem ser mais cautelosos a curto prazo. Esse posicionamento pode até nos preparar para uma reação surpreendente de ‘sell the news’, o que poderia causar instabilidade a curto prazo”, acrescenta.
Segundo sua análise, o cobre e outros metais industriais experimentaram um movimento explosivo que atingiu seu ponto mais alto no final de maio. “As perspectivas dos balanços sugerem que é provável que ocorra uma escassez de oferta em 2026/2027, mas grande parte desse movimento recente se deveu aos fluxos de investidores impulsionados tanto pela história da Inteligência Artificial quanto pelas expectativas de gastos relacionados à Transição Verde, mais do que por uma oferta especialmente restrita”, explica George Cotton.
Desde então, o cobre tem se mostrado fraco, já que, segundo a J. Safra Sarasin Sustainable AM, as notícias relacionadas aos estímulos provenientes da China e à redução das atividades de fundição decepcionaram, provocando uma onda de vendas por parte dos investidores nas últimas semanas. Com esse cenário de fundo, parece que um ponto de entrada atraente no cobre pode estar se aproximando rapidamente.