Romo Garza se reuniu com um grupo de jornalistas em um evento sui generis, nunca antes realizado, para celebrar os 50 anos da Casa de Bolsa Vector (uma das principais corretoras do México), da qual é presidente. A Vector Casa de Bolsa celebrou seus 50 anos com um evento que contou com a presença de Alfonso Romo Garza, empresário e coordenador do Gabinete da Presidência em sua relação com o setor empresarial durante os dois primeiros anos da atual administração.
O empresário explicou que o financiamento será determinante nos próximos anos para impulsionar o crescimento do México e aproveitar a oportunidade histórica oferecida por fenômenos como o nearshoring.
Romo, como é comumente chamado no meio empresarial do país, expressou que o México está em uma situação inédita, sendo a primeira vez na história que a economia do país opera com uma taxa de desemprego muito baixa; ou seja, quase pleno emprego, além de expectativas geralmente positivas.
Mas também foi crítico, deixando de lado o que muitas vezes é um “otimismo descontrolado de alguns atores econômicos públicos e do setor privado em torno do nearshoring”.
Alfonso Romo disse: “No entanto, o México tem um desafio importante para os próximos anos. As mudanças são tão rápidas e vertiginosas que muitas vezes nem percebemos que aconteceram. Por exemplo, os países estão definindo a inteligência artificial (IA) como uma questão de segurança nacional; nesse sentido, precisamos ser muito mais agressivos como país e como setor empresarial para aproveitar as oportunidades que temos, como o nearshoring”.
“Temos que ser muito criativos para ver como vamos acessar esse tipo de tecnologias para que o México ganhe relevância no cenário mundial”, disse Romo.
México precisa de uma regulamentação bancária mais sólida
Alfonso Romo pediu, por exemplo, uma Comissão Nacional Bancária e de Valores (CNBV) mais sólida, que se concentre não apenas no fator regulatório, mas também na tarefa de impulsionar o crescimento e o desenvolvimento econômico, facilitando o financiamento, pois é indispensável para o desenvolvimento do país.
“É necessário revisar a lei, mas ao mesmo tempo contar com os melhores funcionários possíveis, com conhecimento do mercado financeiro global, inclusive que ganhem o que merecem ganhar. O sistema financeiro mexicano deve se preparar para o que está por vir, não para o que já foi, e o que está por vir é uma necessidade de financiamento intenso, capital indispensável para apoiar o desenvolvimento do nosso país”, disse Romo.
O desafio para o México é determinar como avançamos e como nos posicionamos nessa onda de mudanças e alta tecnologia que já está presente, insistiu Romo Garza, que estava acompanhado dos mais altos executivos da Vector.
“O financiamento será essencial. Por exemplo, na educação, temos que repensar tudo, até mesmo desde a pré-escola, mas devemos ter infraestrutura para aproveitá-la, e a regulamentação bancária precisa ser mais ágil. Urge uma Comissão Nacional Bancária e de Valores muito mais agressiva. Se compararmos com outros países, no México a regulamentação custa 3,5 vezes mais do que nos Estados Unidos; lá, por exemplo, lançam um produto em um mês e meio, enquanto aqui isso acontece em um ano e meio. Com essa lentidão, o México não vai se posicionar nessa onda; nos Estados Unidos, estão a 200 quilômetros por hora e nós estamos a 5 quilômetros. Se não nos apressarmos, não vamos aproveitar o nearshoring”, disse Romo Garza diante da imprensa.