O mercado imobiliário chileno está vivendo um momento particularmente difícil, com queda nas vendas e dificuldade para realizar transações. Um sinal disso é a recessão que está afetando o setor de desenvolvimento, com novos projetos no Grande Santiago no ponto mais baixo em 15 anos.
Dados publicados pela consultoria especializada NielsenIQ-GfK Chile mostram que, entre julho e setembro de 2024, apenas 19 novos projetos foram lançados. De acordo com um comunicado de imprensa, esse é o menor número desde o segundo trimestre de 2009, quando o mundo ainda se recuperava da crise financeira global.
Destes novos projetos, 14 correspondem ao mercado de apartamentos, com destaque para as comunas de La Florida e Ñuñoa, que registraram três novos projetos cada uma.
A empresa também destacou a comuna de Santiago, onde não houve novos lançamentos de vendas. Isso contrasta com os últimos três anos, período em que a comuna central liderou as incorporações de novos projetos.
A queda no número de novos projetos sendo vendidos, de acordo com o relatório da consultoria, está diretamente relacionada à redução na aprovação de permissões de construção na capital chilena. Até julho de 2024, houve uma queda de 50% em relação ao mesmo período de 2023.
Simultaneamente, somando os projetos de entrega imediata, em construção (em “verde”) e os que têm permissão de construção ou estão em fase de preparação de terrenos (em “branco”), a oferta total foi de 42.726 unidades até setembro. Isso equivale a 216,6 milhões de UF (6.237 milhões de dólares) e representa uma queda de 9,7% em comparação com o ano anterior.
Detalhamento
Do total da oferta, 38.974 unidades são apartamentos. Dentro desse grupo, 54% estão concentrados nas comunas de Santiago, La Florida e Ñuñoa.
Neste segmento, as vendas totais no terceiro trimestre chegaram a 3.767 unidades. Isso representa uma queda de 24,8% em comparação com o mesmo período do ano passado e uma diminuição de 18% em relação ao trimestre anterior.
O restante da oferta – 3.752 unidades – corresponde a casas, sendo que metade delas está localizada nas comunas de Colina, Puente Alto e Lampa.
Neste segmento, as vendas entre julho e setembro chegaram a 346 unidades, o que reflete uma queda de 36% em comparação com o terceiro trimestre de 2023. Em relação ao trimestre anterior, a queda foi de 14,8%.
No geral, as vendas registraram uma queda acentuada, destacou a NielsenIQ-GfK Chile. As vendas totais somaram 4.131 unidades e 20,1 milhões de UF (578 milhões de dólares) até setembro deste ano. Assim, o mercado contraiu-se 25,9% em relação a setembro de 2023 e 9,8% em comparação com junho de 2024.