A joint-venture da BB Asset e JGP, que criou uma gestora especializada em investimentos ESG, está olhando o mercado de Private Equity a fim de trazer novas estratégias para seus clientes, que poderão acessar ‘stakes’ de empresas em estado inicial, que trabalham com recuperação florestal.
O movimento foi relevado pelo presidente da gestora, Denísio Liberato, no evento Climate Bonds Iniciative, realizado num espaço da UBS Brasil, em São Paulo, nesta quarta (5).
“Vamos querer atacar o setor de Private Equity. Quais são as maiores empresas de recuperação florestal no Brasil? São poucas, e tão começando as jornadas”, afirmou o gestor, enquanto explicava as ações sustentáveis do banco, que lançou em janeiro deste ano o fund BB Espelho Renda Fixa JGP Equilíbrio IS Crédito Privado, que investe em portfólio diversificado de ‘iniciativas de financiamento com impacto positivo no meio ambiente e na sociedade’.
A BB Asset, que atualmente gere R$ 1,7 trilhão, detendo cerca de 20% do market share local, é sócio minoritária da gestora conjunta com a JGP. ‘Nessa estrutura, há flexibilidade e a gestora consegue responder de forma mais flexível às demandas, estruturando com mais facilidade essas soluções’, segundo Liberato.
Blended Finance
Denísio Liberato destacou a importância da especialização e da parceria com a JGP para alcançar objetivos ambiciosos de investimentos em sustentabilidade até 2030, pela BB Asset. “Depois de muita reflexão interna, concluímos que precisaríamos nos alinhar a alguém com tecnicidade no estado da arte, e a JGP foi essa escolha”, explicou.
Ele cita que o fundo lançado, que captou R$ 600 milhões, pode ser direcionado para operações de alto impacto, como um CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) para a Oakberry, que visa a produção sustentável de açaí na Amazônia. “Esses recursos ajudam a escalar operações pequenas, levando desenvolvimento para as comunidades locais”, afirmou Liberato. O projeto integra práticas de manejo sustentável e promove a infraestrutura básica nas comunidades, como saúde e educação.
Além disso, a estratégia de blended finance permite a combinação de capital catalítico com recursos de longo prazo, viabilizando projetos como o FIDC da Belterra, focado na restauração de terras degradadas, segundo Denísio, que diz que a asset conseguiu adequar a estrutura do fundo também para players institucionais. “A capacidade de escalar operações como o FIDC da Belterra é ampliada através de investidores pacientes como RPPS e nossa empresa de previdência privada, a BrasilPrev”, explicou.
Resultados sólidos
Com um histórico de 4 meses de existência, o fundo estruturado já demonstra resultados sólidos, oferecendo retornos de CDI + 2% com baixa volatilidade. “Clientes satisfeitos e impacto positivo na comunidade amazônica são nossos principais indicadores de sucesso”, afirmou Liberato.
A BB Asset continua a explorar novas parcerias e soluções para ampliar seu alcance no setor de investimentos sustentáveis, reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento econômico e social sustentável no Brasil.
“A flexibilidade e a capacidade de responder rapidamente às demandas do mercado são cruciais para escalar operações e atender às necessidades de nossos investidores e das comunidades locais”, concluiu Liberato. A abordagem de blended finance combina a eficiência do setor privado com a missão de desenvolvimento sustentável, proporcionando um modelo viável e escalável para enfrentar os desafios ambientais e sociais do país.