Em um contexto em que o mercado imobiliário chileno ainda está em baixa, o sentimento dos investidores está se tornando mais otimista em relação a essa classe de ativos. É o que indicam os dados coletados pela consultoria CBRE em sua pesquisa Latam Investor Sentiment Survey, que mostram um ponto de inflexão no horizonte, com os ativos multifamily e industriais liderando o interesse.
O estudo – que também analisou tendências de investimento na Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica e México – sugere que o mercado local está se posicionando como um refúgio seguro para os investidores, segundo comunicado à imprensa.
Cerca de 55% dos investidores consultados no país indicaram que planejam aumentar suas aquisições em 2025, em comparação com o ano anterior, refletindo um maior otimismo em relação ao panorama econômico local.
“Estamos vendo um renovado interesse por ativos imobiliários no Chile, especialmente em setores que oferecem estabilidade e crescimento sustentável, como o Multifamily e o Industrial, o que atrai capital e consolida a relevância desses segmentos no ecossistema do mercado imobiliário”, explicou o presidente executivo da CBRE Chile e Argentina, Nicolás Cox, por meio do comunicado.
Preferências dos investidores
Na segmentação do estudo, dois setores do mercado se destacam, em particular. Segundo a consultoria, 86% dos investimentos no Chile em 2025 serão destinados aos segmentos multifamily, industrial e retail.
A forte demanda por moradia para aluguel e a escassez de terrenos impulsionaram o interesse por projetos multifamily, destacaram os especialistas da CBRE, consolidando esse tipo de investimento como uma opção de baixo risco e fluxo de caixa estável.
Por outro lado, o setor industrial continua se beneficiando do crescimento do e-commerce e da necessidade crescente de capacidade logística. Isso fez com que os ativos mantivessem baixas taxas de vacância e rentabilidades atrativas.
“Em um contexto de déficit habitacional, o multifamily tem se mostrado um setor resiliente e com perspectivas favoráveis. Por outro lado, a demanda por espaços industriais segue em alta, impulsionada pelo crescimento do comércio eletrônico e pela reconfiguração das cadeias de suprimentos”, resumiu Cox.
Escritórios e ESG
O segmento de escritórios apresenta uma realidade distinta. A pesquisa da CBRE constatou que, embora se projete uma leve recuperação na ocupação, os investidores continuam cautelosos quanto à evolução do trabalho remoto e à adaptação dos espaços corporativos.
De forma geral, os aluguéis no Chile crescerão em linha com a inflação, e espera-se uma maior estabilidade no mercado em 2025, segundo as previsões do relatório.
Além disso, a adoção de critérios ESG (Environmental, Social and Governance) continua ganhando espaço entre os investidores chilenos. Cerca de 78% dos entrevistados afirmaram que manterão ou aumentarão suas práticas ESG em suas decisões de investimento. Esse fator tornou-se essencial na valorização dos ativos e na atração de capital estrangeiro, segundo a consultoria.
“A sustentabilidade tornou-se um fator-chave nas decisões imobiliárias. A tendência ESG não é apenas um valor agregado, mas um padrão que define o futuro do mercado. Isso se reflete, por exemplo, no edifício Titanium, em Santiago, que recentemente se tornou o primeiro edifício carbono neutro da América do Sul, segundo a Green Solutions, e conta com uma taxa de ocupação superior a 98%”, concluiu Cox.