O mercado de crédito privado high grade pode ser uma boa oportunidade de mercado, desde que com boas apurações na análise das empresas e dos ativos e com um bom investimento em tecnologia, a fim de aumentar a produtividade e eficiência dos processos. É assim que a Intrabank, gestora de fundos estruturados, tem se orientado, segundo seu CIO, Thiago Figueiredo, em conversa com a Funds Society.
Com R$ 1,5 bilhão sob gestão, a asset, controlada pela família Piran, com Valdir Agostinho Piran Jr. na direção executiva, tem quase a metade dos ativos em FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios). O montante gerido ainda é dos sócios da operação, mas a casa de prepara para abrir dois fundos para captação no mercado, no segundo semestre.
Tecnologia, Compliance, Análise de Crédito
Segundo Figueiredo, o Intrabank investe fortemente em tecnologia para otimizar suas operações. “Investimos muito em tecnologia, porque nessa esteira, em quatro dias conseguimos uma solução; o cliente manda o balanço, abrimos a conta dele e fazemos todo o registro de compliance. Em sete dias, ele consegue estruturar uma operação com garantia e conseguimos colocar para dentro do fundo”, explica o CIO, ressaltando que em meio ao procedimento, tudo é checado na ‘malha fina’, pois a IA ainda não é capaz de trazer 100% de segurança nas operações, avalia, citando que a operação conta com um compliance rígido.
Ele diz que a tecnologia anda lado a lado com a originação, com equipes dedicadas trabalhando intensamente para atender o que o gestor considera uma demanda crescente. Do corpo de funcionários, hoje em torno de 62, a maior parte está em TI e área de crédito. “Temos um volume de operações muito grande. Giramos quase dois terços da carteira em um mês. Mês passado fizemos 23 milhões de reais no fundo de 600 milhões”, detalha Figueiredo.
Estruturações’ sofisticadas’
Ele diz que a gestora é ‘obsessiva’ na análise de crédito, com “quase zero de inadimplência”, e que hoje a operação é robusta na análise de crédito, mantendo ao mesmo tempo portas abertas para várias empresas.”Nosso diferencial é pela obsessão em analisar crédito há muito tempo e pela generalidade. Não negamos nenhum tipo de operação, sentamos e estudamos”, afirma.
Em relação às estruturas, Figueiredo afirma que a Intrabank é uma das poucas gestoras a fazer operações de créditos que players bancários fazem. “Somos uma das poucas gestoras que conseguem fazer a operação com garantia de cartão, antecipação de cartão de crédito, só o banco faz. São estruturas de banco que estudamos para ter um FIDC sofisticado.”
“É um bicho totalmente diferente, não é um FIDC de desconto de duplicata que todo mundo conhece de notinha pulverizada. Também não é FIDC de crédito consignado, está no meio, é um fundo de crédito”, afirma.
Foco no middle market
A clientela da gestora tem sido em “empresas que faturam entre R$ 150 milhões e R$ 3 bilhões, o que constitui seu middle market”, diz O CIO.. Segundo ele, essas empresas, muitas vezes de capital fechado e sem a governança de grandes corporações, “encontram um parceiro para estruturação de operações de crédito mais arrojadas”.