O mercado secundário de private equity, ainda em estágio inicial no Brasil, vem sendo demandado entre investidores locais, especialmente family offices e private bankings.
A tendência vem sendo analisada pela HMC Capital, que vê players brasileiros interessados nessas estratégias, que segundo a distribuidora, carregam oportunidades mais atraentes do que os FIPs (Fundos de Investimento em Participações) tradicionais.
“O mercado secundário é uma forma atraente para o investidor acessar private markets, especialmente para aqueles que estão começando a construir um portfólio de alternativos. É mais seguro em termos de risco e retorno, além de entregar liquidez de forma mais rápida”, diz Carolina da Leva, especialista de Sales & Distribution da HMC.
A demanda por secundários, diz, tem sido motivada por um ambiente desafiador aos fundos de Private Equity, com menos saídas tradicionais. “Num momento como o atual, sem IPOs e sem atividade de M&A, os gestores estruturam veículos de continuação ou buscam o mercado secundário para gerar liquidez”, aponta Carolina.
Ela afirma que, diferente de um fundo de Private Equity, os fundos de secundários “têm um perfil de retorno diferente dos fundos tradicionais, em J invertido”, explica: “Um fundo tradicional de PE começa com retorno negativo, que depois vai se tornando positivo. Já um secundário oferece um markup, pelo gestor comprar participação com desconto. Então, ela já começa valendo mais do que o preço a que foi comprada. Logo, a curva começa mais alta e vai normalizando ao longo do tempo”.
HMC traz fundo da Coller Capital a investidores locais
Observando essa demanda, a HMC trouxe ao Brasil, uma oportunidade da Coller Capital, gestora americana integralmente focada em secundários, com US$ 35 bilhões sob gestão.
Como o acesso ao fundo nos EUA é feito com aportes mínimos de milhões de dólares, a distribuidora optou por fazer uma nova estratégia: dividir o acesso em cotas.
“Criamos uma solução que junta diferentes investidores com cotas a partir de US$ 100 mil para acessar os fundos da Collar. É uma maneira de facilitar o acesso ao mercado secundário global”, diz Carolina.
No caso, o investidor realiza o aporte, via offshore, em um access fund, estruturado com um feeder, que é domiciliado em Cayman.
Com os aportes, a HMC agrega a boleta e então faz a compra de cota no fundo da Coller, que é destinado a adquirir ativos secundários em todo o mundo. Caso haja chamada de capital, o valor requerido aos investidores brasileiros é correspondente ao percentual exigido pela Coller lá fora.
“Se você comprometeu US$ 100 mil, e o fundo chamou 10% de capital, nosso feeder vai puxar esse percentual de cada um dos investidores”, diz. Ela afirma que o acess fund, que deve ficar em fase de captação até meados do ano que vem, já obteve milhões de dólares de players locais.