A isenção de impostos e retornos atraentes estão dando espaço a fundos listados em bolsa no gigante portfólio de fundos de investimento da XP. Com mais de 700 fundos, que absorvem mais de R$ 300 bilhões, a plataforma vê uma demanda por FIPs (Fundos de Investimento em Participação) de Infraestrutura, FIIs (Fundos Imobiliários) e Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais) em crescimento.
“Os fundos de CRI, por exemplo, são bastante atraentes porque distribuem proventos isentos de impostos, o que é um diferencial importante para o investidor, especialmente em um cenário de juros mais elevados”, explica o head da área de análise de fundos de investimento da XP, Fabiano Cintra, em conversa com a Funds Society.
Esses fundos, negociados na B3 e na Cetip, tem atraído desde investidores de varejo, em especial os de alta renda, quanto institucionais, como family offices. Os fundos de pensão, que já contam com benefícios fiscais, também tem sido atraídos por esses fundos, em especial os FIPs, segundo Cintra.
“O investidor brasileiro gosta de renda fixa, principalmente no cenário atual de juros elevados. E, quando se combina isso com a isenção de impostos, os fundos ficam ainda mais atraentes”, diz, citando que esse tipo de fundo tem também oferecido bons prêmios de crédito. Alguns deles, como os FIIs, pagam dividendos mensalmente. “Alguns fundos chegam a pagar 1% ao mês, líquido de imposto”, diz o head de fundos da XP, que vem buscando novas opções de FIPs e FIIs para os investidores.
Operação nos EUA dá frutos e já conta com mais de 100 fundos
Uma parte do portfólio dos fundos da XP corresponde às ofertas internacionais, através de feeders de cerca de 30 gestoras globais. Por lá, hoje, há cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,5 milhões). A maioria hedgeados em reais.
No entanto, a XP também investe na expansão da sua operação nos EUA, a fim de disponibilizar maiores ofertas de ativos na moeda americana aos brasileiros.
“A XP está inclinada a expandir suas ofertas internacionais, para atender essa demanda [de investimentos internacionais] tanto em reais quanto em dólar”, afirma Cintra, colocando que a operação americana da corretora tem crescido num ritmo maior no último ano, com mais de 100 fundos disponibilizados. “Vejo que o braço em dólar avança num pace ainda mais acelerado”, diz.
Ele conta que a procura de clientes por contas em dólar aumentou, visto que qualquer cliente da corretora pode ‘dolarizar’ seu patrimônio ou parte dele via aplicativo, num processo simples e com ticket baixo, de cerca de US$ 1000. “Hoje a dolarização é muito facilitada”, diz.
“Estamos em conversas com gestoras globais para colocar mais fundos na XP USA, servindo tanto o cliente que está no Brasil quanto o que está nos EUA”, afirma.