O volume administrado por gestores de patrimônio no Brasil cresceu 2,45% no primeiro semestre de 2024, totalizando R$ 469 bilhões, em comparação com o fechamento de 2023. A renda fixa foi o destaque, registrando um crescimento de 9,5%, impulsionado por títulos públicos e privados, FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), fundos de renda fixa e poupança.
O valor investido nessa categoria aumentou de R$ 173,6 bilhões para R$ 190,1 bilhões, o que elevou sua participação nas carteiras de 37,9% para 40,5%.
Segundo Richard Ziliotto, presidente da Comissão de Gestão de Patrimônio, a alta dos juros, com a Selic em dois dígitos, influenciou essa movimentação, levando investidores de alta renda a buscarem opções mais conservadoras, focadas em segurança e liquidez.
Renda Variável e Híbridos Enfrentam Dificuldades
Apesar do crescimento de R$ 155,7 bilhões para R$ 157,8 bilhões no montante aplicado em produtos de renda variável, sua participação caiu ligeiramente de 34% para 33,7%. Essa classe inclui ações, fundos de ações, clubes de investimento e fundos cambiais.
Os investimentos híbridos, que englobam fundos multimercados, imobiliários e ETFs (Exchance Traded Funds), registraram uma queda significativa, passando de R$ 115,8 bilhões em dezembro de 2023 para R$ 105,2 bilhões em junho de 2024, representando agora 22,4% do total investido.
Crescimento dos Produtos Isentos
Os produtos isentos de imposto de renda cresceram 13,5%, totalizando R$ 44,7 bilhões no primeiro semestre. Debêntures incentivadas, LCIs e LCAs tiveram avanços expressivos, com as LCIs crescendo 23,9%, atingindo R$ 9,3 bilhões, e as LCAs subindo 15,7%, para R$ 8,9 bilhões.
Fundos de Renda Fixa se Destacam
Os fundos de renda fixa somaram R$ 51,9 bilhões ao fim do semestre, um aumento de 8,6%. Já o volume investido em títulos públicos cresceu 13,9%, alcançando R$ 35,7 bilhões. FIDCs também apresentaram uma alta significativa de 16,6%, atingindo R$ 19,7 bilhões.
Multimercados e Outros Fundos
Os fundos multimercados sofreram uma queda de 14,7%, fechando o semestre com R$ 82,3 bilhões, sendo que quatro instituições concentraram resgates de R$ 11 bilhões. Em contraste, os fundos imobiliários cresceram 18,8%, totalizando R$ 19,6 bilhões, enquanto os ETFs subiram 16,3%, atingindo R$ 3,3 bilhões.
Crescimento Regional
Todas as regiões brasileiras apresentaram crescimento no volume financeiro e no número de clientes. O Nordeste liderou em termos de expansão percentual, com um aumento de 15,7% no volume investido e um crescimento de 27,5% no número de clientes.
Com essa diversificação de portfólios e a busca por segurança em tempos de juros elevados, a renda fixa e os produtos isentos se consolidam como as principais escolhas dos investidores no primeiro semestre de 2024.