O investimento em criptoativos tem atraído aos poucos o interesse de family offices brasileiros. Um dos aspectos que tem impulsionado essa demanda, é o fato de gerações mais novas das famílias que integram a clientela dessas gestoras de patrimônio terem um interesse nessa nova classe de ativos.
“Vemos um interesse que vem normalmente dos filhos”, diz Pedro Lapenta, Head de Research na Hashdex, em conversa com a Funds Society. “As conversas geralmente avançam mais quando essas novas gerações estão envolvidas na conversa”, diz.
Hoje a gestora, principal player na gestão de criptoativos da América Latina, com quase R$ 5 bi sob gestão, tem por volta de 35 family offices que investem em seus produtos.
No último ano, após fechar uma parceria com HMC Capital com foco em institucionais, tem aumentado o número de clientes possíveis e expandido sua proposta educacional sobre os ativos, que a Hashdex carrega desde sua criação.
“Já mapeamos 150 no Brasil”, coloca Lapenta, atribuindo a expansão ao acesso da HMC a uma maior quantidade de players. É por ela que se dão, ao longo do ano, vários encontros educacionais com esse pública.
“Tivemos discussões aprofundadas durante uma masterclass, na qual inclusive participamos com um time muito representativo. Estiveram presentes nomes como ex-integrantes do Banco Central e grandes gestores, incluindo um responsável por cripto de um multifamily office”, relata Felipe Amoedo, especialista em ETFs e Criptoativos da HMC Capital.
Alocação pequena, para retorno alto
Segundo o head de Research da gestora de criptoativos, as recomendações para os clientes usualmente seguem um padrão: alocação baixa, geralmente em torno de 5%, a depender do investidor —e num fundo de índice.
“O índice vem com alocação mais diversificada”, diz. É o caso do HASH11, principal produto da gestora hoje. O índice é um ETF de renda variável que replica a carteira teórica de ativos do índice Nasdaq Crypto Index (NCI). Nos últimos 12 meses, o ativo rentabilizou 135%.
“Temos volatilidade nesse mercado, é um fato. Você tem que estar preparado para isso. Não ser tirado do jogo, muito pelo contrário. Tem que usar isso a seu favor”, diz Lapenta, sobre as oportunidades de realocação nesses momentos. “O problema é quando o investidor chega com uma alocação de 30%”, afirma.
“Só esse ano já tivemos sete ‘drow-downs’ no Bitcoin. Faz parte da indústria”, diz.