Visando a entrada no mercado de seguros e resseguros, a Galapagos Capital, gestora com mais de R$ 23 bilhões sob administração, recebeu a pré-autorização da Susep (Superintendência de Seguros Privados) para operar como SSPE (Sociedade Seguradora de Propósito Específico).
Essa licença permitirá à companhia emitir LRS (Letras de Risco de Seguros e Resseguros), um tipo inovador de título de crédito voltado para a securitização de riscos no mercado de capitais.
A expectativa é de que a autorização final seja publicada em breve no Diário Oficial. Enquanto isso, a empresa já projeta alcançar R$ 3 bilhões em emissões nos próximos dois anos, contando com parcerias estratégicas com seguradoras, resseguradoras e corretores de resseguro.
As LRS visam ampliar a capacidade de resseguro no mercado, especialmente em setores de maior complexidade, como riscos catastróficos, seguros agropecuários e garantias financeiras. De acordo com Carlos Fonseca, sócio fundador da Galapagos Capital, “é fundamental que o mercado de capitais se desenvolva e contribua para a evolução e o maior alcance do mercado de seguros, da mesma forma que aconteceu no crédito, o que permitiu que tomadores de risco tivessem acesso aos aplicadores de risco de crédito. Acreditamos que o mesmo pode – e deve – acontecer com o mercado de seguros”.
A inovação das LRS, segundo Roberto Takatsu, também sócio da empresa, vai além da mitigação de impactos financeiros: “A LRS é uma solução inovadora na mitigação de impactos financeiros e ampliação da capitalização. Além disso, ela se apresenta como uma alternativa à diversificação, permitindo que investidores tenham acesso a produtos diferenciados e que já são explorados em mercados globais”.
Contexto Global e Potencial do Setor
O conceito de “insurance-linked securities” (ILS), como é conhecido globalmente, já está consolidado em mercados maduros. Em 2023, o volume mundial de LRS chegou a US$ 43,1 bilhões, segundo o relatório Insurance Linked Securities Market Insights da SwissRe, demonstrando o crescimento e a relevância deste mercado. No Brasil, a formalização da LRS como valor mobiliário foi introduzida pela Lei nº 14.430, de 2022, e está disponível exclusivamente para investidores profissionais.
A Galapagos Capital se posiciona como um dos principais agentes nesse novo segmento, alinhando inovação financeira e adaptação às crescentes demandas por cobertura e resiliência frente a riscos climáticos e catastróficos.