As famílias de alto patrimônio no Brasil estão cada vez mais direcionando suas riquezas para investimentos de impacto socioambiental e iniciativas filantrópicas, revela um estudo conduzido pela Sitawi Finanças do Bem. Este movimento indica uma crescente tendência de buscar ativos ESG na gestão de grandes patrimônios.
A pesquisa, realizada entre julho e setembro de 2023, contou com a participação de 28 respondentes, incluindo Single Family Offices, Multi-Family Offices, e conselheiros de investimentos, todos envolvidos na administração de patrimônios familiares significativos.
A análise dos dados coletados indica que a totalidade dos participantes está familiarizada com o conceito de investimento de impacto, com 61% afirmando utilizar esse conhecimento em suas decisões de investimento. Apesar disso, apenas 52% incluem de fato abordagens de impacto em seus portfólios, evidenciando uma oportunidade de expansão nessas práticas.
Atualmente, a alocação para investimentos considerados “tradicionais” ainda é predominante, mas há uma tendência de transição para práticas mais sustentáveis. No entanto, a expectativa é que, nos próximos 1-3 anos, haja um aumento significativo na alocação para investimentos sustentáveis e de impacto, sugerindo uma evolução positiva em direção a um portfólio mais responsável.
Principais barreiras
Entre as principais barreiras para o aumento dos investimentos de impacto, destaca-se a dificuldade em avaliar o verdadeiro impacto socioambiental, bem como em identificar oportunidades compatíveis com as diretrizes de investimento da família. Em contrapartida, a responsabilidade social/ambiental e o desejo de estabelecer um legado familiar positivo são as principais motivações para a adoção desses investimentos.
Há espaço para profissionalizar filantropia, diz estudo
No campo da filantropia, o estudo revela uma grande diversidade de práticas e valores, com uma presença relevante de alocações focadas em assistência direta, capacitação e estruturação de organizações, e desenvolvimento de infraestrutura para o setor socioambiental.
Segundo o documento, enquanto muitas famílias possuem ou planejam constituir fundações ou institutos próprios para canalizar suas doações, a pesquisa indica que ainda há espaço para uma maior estruturação e profissionalização das atividades filantrópicas.