As emissões de debêntures incentivadas pela lei 12.431 alcançaram um marco histórico em 2024, registrando R$ 88,2 bilhões no acumulado de janeiro a agosto, segundo dados da Anbima divulgados na última segunda-feira (30). O montante já supera em 30% o total captado em todo o ano de 2023. Em agosto, as empresas captaram R$ 4,6 bilhões, refletindo o forte desempenho desse tipo de emissão no mercado de capitais.
Segundo Cristiano Cury, coordenador da Comissão de Renda Fixa da ANBIMA, a possibilidade de novas elevações na taxa Selic reforça a preferência por emissões de renda fixa, com as debêntures sendo um dos principais instrumentos usados pelas empresas para captação de recursos. O setor de energia elétrica lidera as emissões em 2024, representando 39,2% do total, seguido pelos setores de transporte e logística (23,5%), saneamento (11,9%) e petróleo e gás (8,5%).
No mercado secundário, o volume de negociações de debêntures incentivadas também registrou um aumento expressivo, somando R$ 26 bilhões em agosto e R$ 179,7 bilhões no acumulado do ano, um crescimento de 39,2% em comparação com 2023.
As ofertas de debêntures em geral (com e sem incentivo fiscal) no mercado primário totalizaram R$ 283,9 bilhões em 2024, estabelecendo um novo recorde para o período, com um aumento de 38,9% em relação ao ano anterior.