*Essa reportagem foi atualizada para incluir a confirmação do BTG sobre a compra do Julius Baer
O BTG Pactual anunciou nesta terça-feira (7) a aquisição de 100% da Julius Baer Brasil, uma das principais instituições no setor de gestão de fortunas (wealth management). A transação, avaliada em R$ 615 milhões, reforça a estratégia do banco de expandir suas operações no segmento de family office, ativo desde 2010.
Com a incorporação da Julius Baer Brasil, que atualmente administra R$ 61 bilhões em ativos, o BTG espera ultrapassar a marca de R$ 100 bilhões sob gestão após a conclusão do negócio. A operação ainda depende da aprovação do Banco Central do Brasil e de outros órgãos reguladores, com previsão de finalização para o primeiro trimestre de 2025.
Em comunicado, a Julius Baer informou que continuará atendendo seus clientes brasileiros a partir de outras localizações no exterior. O banco suíço mantém operações em países como México, Chile, Uruguai, Colômbia e Espanha, que fazem parte de sua estratégia na Região Américas e Península Ibérica.
Concorrência pela Aquisição
Além do BTG Pactual, outras instituições financeiras demonstraram interesse na compra da operação brasileira do Julius Baer. Entre os concorrentes estavam o Santander Brasil, o Banco Safra e a XP Inc. No entanto, o BTG Pactual emergiu como o principal candidato para concretizar a aquisição.
Motivos para a Venda da Operação Brasileira
A decisão do Julius Baer de vender sua unidade no Brasil está relacionada a desafios enfrentados pela operação nos últimos anos. Os ativos sob gestão no país diminuíram de R$ 80 bilhões para cerca de R$ 50 bilhões, indicando uma retração significativa.
Além disso, a operação brasileira registrou prejuízos, levando a matriz suíça a realizar uma capitalização de R$ 300 milhões em 2024 para sustentar as atividades locais.
Processo de Venda e Avaliação
Para conduzir o processo de venda, o Julius Baer contratou o banco de investimentos Goldman Sachs como assessor financeiro. A operação brasileira, focada no segmento de gestão de patrimônio (wealth management), possui escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Estima-se que o valor da transação esteja entre R$ 800 milhões e R$ 1,2 bilhão, o que representa aproximadamente 1,6% a 2,4% dos ativos sob gestão.