Em sua campanha para captar as oportunidades oferecidas pelo segmento de investidores de varejo, o BTG Pactual tem feito uma aposta relevante em sua plataforma de investimentos digitais no Chile. Nessa trajetória, o marco mais recente é a incorporação de uma ferramenta dedicada à gestão da poupança previdenciária voluntária (APV) para seus clientes, em um momento em que a empresa brasileira identifica uma necessidade entre pessoas de rendas médias e altas.
O serviço AutoInvest APV busca simplificar a gestão da poupança voluntária, com um processo de investimento totalmente digital. O cliente, segundo Raimundo Illanes, Co-Head do BTG Pactual Digital Chile, apenas define o valor do aporte e tem seu perfil de risco avaliado, com uma taxa de administração de 0,65% ao ano.
A incorporação do APV à plataforma digital acontece em um momento em que as aposentadorias são uma preocupação relevante. “É um fato que, para as pessoas de rendas médias e altas, a contribuição obrigatória à AFP não será suficiente para manter seu nível de renda ao se aposentarem. O tema é mais importante do que nunca, como demonstra a pressão para tramitar a reforma previdenciária”, comenta à Funds Society o outro Co-Head da área, José Rollán.
O executivo enfatiza o APV como “o melhor mecanismo que as pessoas físicas têm hoje para complementar por conta própria sua poupança para a aposentadoria”. Um atrativo particular é o benefício tributário para aqueles que não sacam seus recursos até a aposentadoria, podendo alcançar até 40% do montante economizado anualmente.
Nesse sentido, o profissional destaca a importância de tornar esse tipo de investimento mais acessível às pessoas. “Apesar de ser um produto muito interessante, o APV pode ser difícil de entender e complexo do ponto de vista operacional para o usuário. Por isso, buscamos simplificar ao máximo o processo de investimento e fornecer muitas informações contextuais, para que o cliente sempre tenha clareza sobre seu investimento”, afirma.
Reforçar a plataforma
Questionados sobre os planos para a plataforma digital de investimentos, o BTG Pactual indica que busca continuar expandindo sua oferta de arquitetura aberta e produtos internacionais.
“O investidor chileno mudou nos últimos anos, e o viés doméstico histórico já não é tão forte como antes, especialmente em renda variável. Com a crescente instabilidade geopolítica prevista para a próxima década, os riscos e oportunidades flutuarão, e precisamos ser capazes de oferecer aos investidores as ferramentas para se posicionarem em diferentes mercados e se movimentarem de forma rápida e oportuna”, explica Rollán.
Além da diversificação de produtos, o banco está aprimorando sua estrutura operacional e sua rede de assessores. Junto com a inclusão de novas formas de poupança no APV – como modalidades com aportes do empregador –, a instituição também pretende habilitar suas aplicações para que empresas possam investir digitalmente, entre outras inovações em desenvolvimento.
“Também temos várias melhorias planejadas para facilitar a visualização dos investimentos, reduzir os tempos de carregamento e muito mais”, acrescenta Rollán.
No futuro, as ambições estão traçadas. Dos 10.000 clientes ativos que possuem atualmente, a meta é dobrar esse número até 2025. Além disso, aspiram alcançar, no curto e médio prazo, um AUM (ativos sob gestão) de 1 bilhão de dólares. O executivo vê essa meta como “absolutamente viável”, citando “o nível de familiaridade das pessoas com o uso de plataformas digitais, a normalização do relacionamento remoto com um assessor de investimentos e o nível de serviço que o BTG Pactual pode oferecer como o maior banco de investimentos da América Latina”.
A estratégia digital do BTG
A plataforma digital do BTG Pactual combina uma ferramenta transacional com uma ampla gama de produtos de investimento – incluindo ações, depósitos a prazo, fundos mútuos, fundos de investimento, ETFs e dólares –, acesso a mercados em tempo real e suporte de assessores pessoais.
“O conceito por trás da área de Investimentos Digitais do BTG Pactual é distribuir os produtos e serviços que o banco já oferece, mas utilizando ferramentas digitais para que possam alcançar um público mais amplo”, explica Rollán.
Isso, segundo ele, envolve a digitalização de uma variedade de processos, mas também o desenvolvimento de uma experiência de usuário “que permita às pessoas se informar sobre os produtos de investimento, escolher os mais adequados para seus objetivos e, em seguida, investir e gerenciá-los a qualquer momento e lugar”.
Com tudo isso, a gigante financeira de matriz brasileira enxerga essa plataforma como uma oportunidade para expandir seu público-alvo, aumentando sua base de clientes sem perder o foco na criação de soluções financeiras de qualidade. “Esse é o caminho que o BTG Pactual seguiu no Brasil e em sua expansão internacional, e o Chile não é exceção”, afirma o Co-Head da área Digital.