Sob a atenção de clientes institucionais na Europa e na América Latina, a economia mexicana tem se destacado e atraído perspectivas promissoras, o que tem demandado oportunidades de investimento em ativos locais. É o que o grupo Azimut, um dos maiores gestores independentes da Europa, com 95,1 bilhões de euros em AUM e escritórios espalhados em todo o mundo, vai trazer agora aos investidores, lançando um fundo UCITS de renda variável mexicana no mês de maio.
A gestão será feita pela Azimut KAAN, gestora comandada por Jose Fierro e Alberto Rodriguez, fruto de uma aquisição da KAAN Capital pela Azimut em 2021. “O México está num bull market com o nearshoring, é um investment case de longo prazo muito interessante”, diz Stefano Del Papa, Head de Latam Asset Managment do grupo Azimut, em conversa com a Funds Society em São Paulo. “Muitas empresas estão mudando suas plantas de produção da China para o México. É um mercado com visibilidade muito boa, assim como a perpectiva da economia mexicana para o próximo 10 anos”, afirma.
Ele diz que será a gestora será a primeira asset, em 10 anos, a ter um fundo ucits que investe em renda variável mexicana, que hoje está disponível para os players estrangeiros apenas via ETFs. De Papa afirma que a Azimut começou a receber uma demanda de players institucionais por investimentos em ativos no México.
“Temos diferentes clientes institucionais no mundo que pediram um fundo UCITS de renda variável mexicana. Temos expectativa de clientes institucionais em diferentes mercados, tanto na América Latina quanto na Europa”, diz, ressaltando que o fundo também estará disponível para investidores de varejo.
Ele afirma que a escolha de um fundo UCITS deriva de uma demanda institucional. “É o que a maioria desses players busca, pois tem mais seguridade, garantia e controle. É mais compatível com seu compliance”, afirma.
‘Nearshoring deve trazer bilhões em capital’
A estratégia da Azimut é balizada por uma perspectiva que vê um grande movimento de fluxo de capital para o México, por conta de questões geopolíticas atuais. Segundo estudo recente da Preqin, o nearshoring levará a América Latina a ser líder em captação de recursos e transações, com o México na liderança. De acordo com Del Papa, isso é resultado de questões geopolíticas, com os Estados Unidos buscando diminuir a exposição da China e diversificando sua produção.
“O México tem muitos bilhões de dólares em investimento programados para os próximos anos. Não existem hoje títulos em que você possa tomar exposição direta no nearshoring, mas a visão do mercado é de que essa onda de investimento, que vai ficar por anos, gerará um efeito positivo em toda economia do México“, diz. “Os institucionais olham para isso há meses, e demandam uma boa gestora que atue nesse mercado”.