O banco BV estruturou seu primeiro Token de Investimento em Direito Creditório (TIDC), uma nova modalidade de FIDC tokenizado, em parceria com a empresa de tecnologia financeira Liqi. A operação, realizada por meio de uma oferta privada, marca a entrada da instituição no segmento de securitização via blockchain. O valor inicial da captação não foi divulgado.
A operação foi montada para financiar o plano de expansão da LedWave, fabricante e comercializadora de painéis de LED. Segundo o banco, a iniciativa une os benefícios de um certificado de recebível tradicional com a tecnologia da blockchain, incluindo regras autoexecutáveis programadas no título.
“O cliente sempre será nosso ponto focal, e com a arquitetura deste TIDC, democratizamos o acesso ao mercado de capitais para empresas de médio porte”, afirmou Rogério Monori, diretor executivo do Atacado do banco BV. “Além disso, operações desta natureza antecipam os potenciais benefícios trazidos com o Drex, que facilitará a integração das operações financeiras com ativos digitais”, completou.
A Liqi foi responsável por desenvolver a infraestrutura tecnológica da emissão. Um agente fiduciário atuou na custódia dos direitos creditórios, e um escritório de advocacia ficou responsável pela assessoria legal da operação.
“O TIDC é o mais moderno protocolo tecnológico de securitização de ativos disponíveis no mercado”, disse Daniel Coquieri, CEO e fundador da Liqi. “A grande vantagem é que, ao utilizar a infraestrutura blockchain, é possível trazer mais segurança e transparência para a operação, além de redução de custos, visto que reduz a necessidade de intermediários.”
Tiago Brito, CEO da LedWave, destacou o impacto esperado da operação para o negócio. “A LedWave, amparada por essa sólida estruturação financeira disponibilizada em parceria com o BV, tem desenvolvido planos de locação e monetização dos ativos para seus clientes, os quais projetam retornos superiores aos custos de aquisição”, afirmou. “Acreditamos que essa estratégia impulsionará um crescimento significativo no consumo de soluções digitais no mercado”, concluiu.
Segundo o banco, a nova estrutura permite mais eficiência tributária e dá acesso a empresas de médio porte ao mercado de capitais. “Há revolvência de investimentos de uma maneira mais automatizada e seguindo as regras definidas pelos participantes da operação em relação às características dos ativos”, explicou Coquieri.
Ao introduzir esse modelo, o BV pretende incentivar outros participantes do mercado a explorar alternativas tecnológicas na estruturação de produtos financeiros.