A ação dos governos é fundamental para desbloquear o investimento do setor privado, segundo explica a consultoria Bain & Company em seu relatório “Business Breakthrough Barometer 2024”. Este estudo reuniu a opinião de líderes de algumas das maiores empresas do mundo sobre a situação real e a necessidade de que os governos tomem medidas para acelerar o investimento privado em direção às zero emissões. A pesquisa foi elaborada após a realização da COP29, onde a situação atual dos investimentos sustentáveis foi discutida.
O relatório permitiu à consultoria chegar a várias conclusões sobre o panorama atual dos investimentos climáticos. Entre elas, a Bain & Company estima que, sem políticas de longo prazo e favoráveis ao investimento, a próxima onda de investimentos em larga escala está em risco. Além disso, 91% dos líderes empresariais entrevistados consideram a transição para as zero emissões líquidas uma oportunidade de investimento. No entanto, apenas 1% acredita que a transição para as zero emissões líquidas está indo bem nos 11 setores avaliados, responsáveis por 70% das emissões globais. Dois terços das empresas destacam a falta de argumentos sólidos a favor do investimento e a lentidão na expansão das infraestruturas como os obstáculos mais urgentes para acelerar a transição.
O relatório também destaca a importância da colaboração entre os países. Para 85% dos entrevistados, a coordenação internacional entre governos é essencial para tornar viável a transição para as zero emissões líquidas.
O relatório também estabelece que são necessárias políticas industriais de longo prazo, que incluam a agilização dos processos de licenciamento, a obrigatoriedade de ações, o investimento direto em infraestruturas e uma maior coordenação internacional para aumentar os investimentos do setor privado. Nove em cada dez empresas estão dispostas a investir mais caso os governos implementem políticas que enfrentem as barreiras setoriais.
Ibon García, sócio da Bain & Company e líder da prática de sustentabilidade da consultoria na Espanha, comentou: “O barômetro deste ano envia uma mensagem clara: é fundamental contar com um plano coordenado que inclua incentivos fiscais e relatórios sobre a redução das emissões adaptados à realidade industrial. Um marco normativo comum, transparente, adaptável e financeiramente viável será essencial para acelerar a mudança.”