O contexto atual dos fundos de private equity, segundo a consultoria global Alvarez & Marsal (A&M), está limitado a operações tradicionais, com 99% operando sob uma estrutura comum de General Partners (GP) e Limited Partners (LP). Diante do aumento das taxas de juros, os fundos estão buscando formas alternativas de melhorar sua flexibilidade e alcance, embora essas limitações dificultem a obtenção de retornos acima dos índices de referência.
“O processo de fechamento de fundos está se tornando cada vez mais desafiador devido à alta competição no setor e à pouca diferenciação além da reputação. Além disso, os investidores demandam mais flexibilidade e melhor governança. Desde a crise de 2008, o mercado experimentou um crescimento considerável, com um aumento estável tanto no volume investido quanto na quantidade de fundos fechados, o que continua sendo uma oportunidade atraente de retorno para investidores qualificados”, explicam na entidade.
Ao mesmo tempo, A&M destaca que, embora o mercado seja majoritariamente dominado pelos Estados Unidos e centrado em investimentos internos nas principais economias, ainda há espaço para expansão. As operações atuais estão começando a incorporar tecnologias emergentes em seus enfoques de investimento, mas ainda falta explorar como essas tecnologias podem ajudar a oferecer produtos melhores, além de apenas melhorar os retornos.
De acordo com a consultoria, a tokenização de fundos de private equity pode ajudar a resolver os principais problemas operacionais e regulatórios na criação desses fundos. A tokenização, baseada na tecnologia blockchain, representa o próximo passo na inovação dos serviços financeiros, unindo o conhecimento tradicional com novas tecnologias para melhorar processos e obter melhores insights.
“A tecnologia blockchain permite aumentar a transparência para clientes e reguladores, descentralizar os fundos, conceder maior controle aos investidores, reduzir pontos de falha ou fraude, automatizar processos por meio de contratos inteligentes e melhorar a liquidez do produto, o que facilita o acesso a um número maior de investidores. Além disso, a tokenização oferece uma proposta de mercado alternativa, diferenciando-se de uma indústria homogênea. É só uma questão de tempo até que essa tecnologia seja adotada, pois proporciona benefícios tanto para investidores quanto para gestores de fundos, oferecendo um quadro temporal de investimento mais flexível devido à maior liquidez e governança dos clientes”, explicam na A&M.
A tecnologia blockchain oferece várias vantagens, segundo a consultoria: maior transparência, tanto para clientes quanto para reguladores; descentralização, pois concede maior controle aos investidores e reduz os pontos de falha ou fraude; automação através da definição de lógica de negócios em contratos inteligentes; e, por último, acesso a um conjunto mais amplo de investidores devido à maior liquidez do produto.
“A tokenização oferece uma proposta de mercado alternativa para os fundos, diferenciando-se de uma indústria muito homogênea. Destaca-se que a tokenização não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’, e que essa oportunidade beneficia não apenas os investidores, mas também os gestores de fundos, proporcionando um quadro de investimento mais flexível devido à maior liquidez e governança dos clientes”, conclui a análise da A&M.