A quarta edição do subestudo Brechas de Gênero na Inclusão Financeira – derivado do Índice de Inclusão Financeira (IIF) – do Banco de Ideias Credicorp trouxe notícias positivas sobre a inclusão financeira feminina no Peru. Embora a disparidade de gênero ainda persista na indústria, houve uma melhora relevante desde o início das medições, em 2021.
De acordo com um comunicado, a análise – que reflete a evolução da inclusão financeira por gênero em pessoas maiores de 18 anos na América Latina – mostrou que 22% das mulheres adultas alcançaram o nível avançado de inclusão financeira.
Isso representa um aumento de 10 pontos percentuais em relação à medição de 2021, a primeira desse tipo.
No entanto, apesar de esse percentual (22%) representar um avanço, ainda há uma diferença de oito pontos percentuais em comparação à proporção de homens no nível avançado (30%). Por outro lado, em 2024, 36% das peruanas estão no nível “em progresso” e 42% no nível “baixo”.
A Credicorp destacou que as pessoas classificadas no nível avançado são aquelas que utilizam de forma regular e eficiente diversos produtos e serviços financeiros. Elas os conhecem bem e os consideram úteis para sua vida cotidiana.
O IIF da empresa andina avalia essa questão por meio de indicadores de acesso, uso e qualidade percebida do sistema financeiro. Além disso, a pesquisa inclui uma análise interseccional para identificar as diferenças entre as mulheres com base em variáveis demográficas, como idade, ocupação e nível socioeconômico, entre outras.
Além disso, um dos achados mais relevantes desta edição foi o crescimento na posse de carteiras digitais entre as mulheres adultas peruanas. O percentual aumentou de 43% em 2023 para 55% em 2024, segundo o comunicado de imprensa, elevando o total de carteiras digitais para 6 milhões.
Os fatores da desigualdade
As diferenças de gênero na inclusão financeira são resultado de diversos fatores, como a falta de estabilidade no emprego, menores níveis de renda e uma baixa participação na economia formal, conforme ressaltado pela Credicorp.
Nesse sentido, o estudo destacou que as mulheres no país enfrentam mais barreiras para acessar produtos financeiros. Cerca de 36% delas relatam pelo menos uma dificuldade, enquanto entre os homens esse percentual é de 34%. Na América Latina, as barreiras são mais frequentes entre as mulheres (59%) do que entre os homens (53%).
“Embora tenham sido feitos avanços na inclusão financeira das mulheres no Peru, ainda há desafios importantes para eliminar as desigualdades de gênero. Por isso, é fundamental identificar e compreender as barreiras que elas enfrentam para acessar e utilizar produtos financeiros, além de oferecer ferramentas e serviços adaptados às suas necessidades. Também é essencial fortalecer sua autonomia econômica por meio de educação e orientação, permitindo-lhes tomar decisões informadas”, afirmou Catalina Morales Llanos, gerente de Sustentabilidade da Credicorp, no comunicado de imprensa.
No geral, destacou a executiva, a independência financeira “depende de conhecer as opções disponíveis, entender seu funcionamento e saber como acessá-las”.
Na América Latina, em média, 24% das mulheres atingem um nível avançado de inclusão financeira. O Chile lidera com a maior proporção de mulheres nesse nível (46%), enquanto o México apresenta a menor (12%). O Peru está dois pontos percentuais abaixo da média regional (22%).