O banco de investimentos BTG Pactual está dando ênfase às suas áreas de assessoria. Isso inclui seu negócio de Multi-Family Office (MFO) e sua operação no Chile, em particular, onde a firma vê ventos favoráveis para o negócio. Apoiado por oportunidades mais pontuais – como as notas estruturadas – e tendências mais duradouras – como a internacionalização das carteiras e os ativos alternativos – a firma está apostando em alavancar as fortalezas do grupo de matriz brasileira para crescer nesse espaço.
“O foco está em expandir essas áreas de assessoria. Para isso, as equipes foram reforçadas”, descreve Alberto Silva, diretor de Multifamily Office no BTG Pactual Chile, executivo que está há mais de um ano no comando da unidade.
Nessa linha, o profissional aponta que a firma “tem uma estratégia de crescimento na região bastante importante”. Isso inclui o foco em fortalecer a oferta ao longo de sua estrutura regional.
Um sinal disso foram algumas aquisições recentes, como a compra do MFO norte-americano Greytown Advisors – uma firma baseada em Miami que trouxe ao BTG uma base de clientes centro-americanos aos quais antes não tinham acesso, explica Silva – e a aquisição da operação de gestão patrimonial da Julius Baer no Brasil.
No caso chileno, Silva indica que o foco tem sido a oferta, com uma gama ampla e variada de produtos financeiros, aproveitando as fortalezas do BTG Pactual.
O MFO no Chile
Na unidade chilena do BTG Pactual, a área de MFO está situada dentro da área de Wealth Management, que abrange os diversos serviços de assessoria de investimentos da firma. Assim, a equipe liderada por Silva faz parte do time de investimentos, comandado pelo sócio e Chief Investment Strategist, Mauricio Cañas.
Além de um modelo de arquitetura aberta – multicustódia e multiproduto – Silva vê como vantagem comparativa a extensa rede internacional do BTG Pactual. Além de sua presença nos principais mercados latino-americanos, a firma tem unidades nos Estados Unidos, no Reino Unido e em Luxemburgo.
“O que tentamos fazer é oferecer um serviço de assessoria ultrapersonalizada e integral”, acrescenta Silva, incorporando o trabalho com equipes multidisciplinares. Isso inclui escritórios de advogados aliados – para temas societários, de sucessão, estruturas estrangeiras, etc – e também outros negócios da casa de investimentos, como seu banco e sua área de finanças corporativas, para suas necessidades financeiras e operacionais, respectivamente.
No nível das carteiras, o modelo é pegar as recomendações das equipes que selecionam os melhores produtos de investimento para os portfólios e adaptá-las. “Vamos ajustando para cada portfólio de cada família, dependendo de suas necessidades, perfil de risco, horizonte de investimento e objetivos”, explica.
Tendências de Carteira
De um período em que a alta inflação concentrava toda a atenção dos investidores, passamos a nos concentrar na evolução da política monetária. Primeiro, pela alta das taxas; depois, pela sua queda. “Agora, migramos para o segundo mandato de Trump e como suas políticas econômicas poderiam refletir no crescimento futuro esperado, globalmente e nos EUA”, relata Silva.
Isso dito, em meio à volatilidade, no BTG Pactual encontraram espaços para agregar retornos e diversificação às carteiras.
Para “blindar” os portfólios da volatilidade, o diretor responsável pelo MFO indica que têm utilizado notas estruturadas de diferentes ativos subjacentes. O objetivo, conforme descreve, é “capturar certos retornos aproveitando as volatilidades do mercado”, de um lado, e proteger o capital dos investidores, de outro.
Neste produto, o foco está em encontrar oportunidades, por exemplo, em ativos que estejam subvalorizados ou que tenham bom potencial de valorização.
Olhando as tendências mais duradouras, por sua vez, Silva destaca uma maior diversificação geográfica das carteiras dos investidores do segmento. “Nos últimos cinco anos, vimos uma internacionalização muito forte dos investimentos”, nas palavras dele.
Enquanto antes existia uma “sobreexposição local” nos investidores chilenos, isso foi “racionalizado” e agora há maior exposição a ativos globais.
Outra tendência que se destaca são os ativos alternativos, que ganharam espaço nas carteiras do segmento de MFO. “Os investidores perceberam o valor que os ativos alternativos agregam às carteiras, no sentido de diversificação, descorrelação e maiores retornos, com um sacrifício de liquidez”, explica o executivo.