O valor total de marca das 500 principais marcas bancárias do mundo dobrou em uma década, de acordo com a última edição do ranking Brand Finance Banking 500 de 2024. O valor combinado das 500 marcas bancárias mais valiosas do mundo atingiu um recorde de 1.350 milhões de euros (1.440 milhões de dólares), quase o dobro do valor de uma década atrás, segundo o relatório setorial da Brand Finance.
É notável que a China domine este ranking, com suas entidades ocupando os quatro primeiros lugares da tabela: ICBC, China Construction Bank, Agricultural Bank of China e Bank of China. De acordo com o relatório, as marcas bancárias chinesas se valorizaram, mantiveram os quatro primeiros lugares e aumentaram seu valor de marca. “O setor bancário chinês mostra uma recuperação notável, com os quatro grandes bancos muito à frente de seus homólogos americanos. O ICBC (Industrial and Commercial Bank of China) continua sendo a marca bancária mais valiosa do mundo pelo oitavo ano consecutivo, com um valor de marca de 67.000 milhões de euros. O China Construction Bank, o Agricultural Bank of China e o Bank of China ocupam a segunda, terceira e quarta posições, respectivamente”, apontam.
Outra tendência evidente na evolução deste ranking é que as marcas bancárias locais demonstram ser mais fortes do que as globais: o BCA, da Indonésia, é a marca bancária mais forte do mundo, e os operadores regionais africanos obtêm pontuações elevadas em termos de força de marca. Em contrapartida, o valor de marca dos bancos russos continua a despencar.
No caso dos bancos norte-americanos, destaca-se que eles sofreram uma ligeira queda de 6,6% em termos de valor de marca. Apesar disso, o Bank of America mantém o título de primeira marca bancária dos Estados Unidos pelo quarto ano consecutivo e ocupa a quinta posição no ranking geral, com um valor de 34,8 bilhões de euros. Por sua vez, o Wells Fargo, que ocupa a sexta posição no ranking geral, reduziu a diferença em relação ao seu concorrente americano, com um aumento de 5%, alcançando um valor de marca de 33,4 bilhões de euros.
Comentando esses resultados, David Haigh, presidente e CEO da Brand Finance, afirmou: “À medida que as principais marcas bancárias do mundo atingem novos patamares, os megabancos chineses continuam dominando o topo do ranking de valor de marca. Outro dado importante do nosso estudo de mercado é que os bancos locais estão cada vez mais ofuscando seus maiores concorrentes em termos de força de marca. As marcas dominantes prosperam em mercados específicos com concorrência limitada, enquanto os bancos que se expandem para vários mercados podem aumentar com sucesso seu valor de marca, mas correm o risco de diluir sua força.”
Sobre essas tendências, o estudo de mercado da Brand Finance indica que os bancos locais e regionais estão obtendo resultados tão bons quanto os bancos com presença global – e, em muitos casos, os superam – em termos de posicionamento de sua marca no coração e na mente dos clientes.
Por exemplo, o BCA da Indonésia é a marca bancária mais forte do mundo, com uma pontuação de 93,8/100 no Índice de Força de Marca (BSI, na sigla em inglês) e uma classificação de elite AAA+. Três marcas africanas, Equity Bank, First National Bank e Kenya Commercial Bank, assim como o banco romeno Banca Transylvania, estão entre as cinco marcas mais fortes do mundo, todas com classificação AAA+.
Por fim, sobre os movimentos dentro do ranking, destaca-se que apenas 11 dos 50 principais países experimentaram quedas no valor agregado, liderados pela Rússia (69%), Nigéria (28%) e Malásia (20%). “Como era de se esperar devido às sanções internacionais impostas à Rússia, as duas maiores marcas do país – Sber e VTB – estão no topo da lista das que mais caíram em valor de marca em termos percentuais, com quedas de 64% e 91%, respectivamente”, aponta o relatório.