O investimento em imóveis é um motor importante para os latino-americanos e, por essa razão, os desenvolvimentos crescem ao longo do continente. Chile, Colômbia, Costa Rica e México se destacam como países que os investidores estão observando. No entanto, os especialistas consultados pela *Funds Society* defenderam Miami como o melhor destino de investimentos, por diversos fatores.
“Miami continuará se consolidando como um destino chave para o investimento imobiliário, porque é um mercado seguro e estável. Especialmente atraente para os latino-americanos que buscam proteger seu capital”, disse Peggy Olin, presidente e diretora geral da OneWorld Properties.
A profissional acrescentou que o crescimento constante da cidade “como centro de negócios, cultura e entretenimento internacional continuará atraindo compradores locais, nacionais e internacionais”, impulsionando ainda mais essa tendência.
A presidente da OneWorld Properties também comentou que a combinação de preços altos e baixas taxas de juros fomenta o desenvolvimento imobiliário.
“Facilitar o acesso ao financiamento tanto para investidores quanto para compradores estimula os desenvolvedores a construir novos projetos para atender à crescente demanda”, explicou Olin, que detalhou que projetos com preços a partir de 450.000 dólares “tornam o investimento em Miami mais acessível para um público internacional”.
Alicia Paysee, vice-presidente de vendas da 14 ROC em Miami, por sua vez, disse que os latino-americanos escolhem Miami pela “proximidade, cultura e estabilidade, assim como pela oportunidade de investir em imóveis, que tradicionalmente têm sido a base da maioria das riquezas transgeracionais”.
Segundo a executiva, “faz sentido que, ao diversificar seus ativos, as pessoas olhem para a força de longo prazo dos imóveis em cidades com uma trajetória ascendente” no que diz respeito às perspectivas que Miami apresenta.
Na mesma linha, Olin indicou que a cidade é uma “ponte natural” entre a América Latina e os Estados Unidos, o que a torna um “ambiente familiar e atraente”. Além disso, acrescentou, “o constante crescimento de empresas e população reforça seu potencial de valorização a longo prazo”.
O desenvolvimento da América Latina
A região está se desenvolvendo no mercado imobiliário, com certos países liderando a vanguarda. Chile, Colômbia, Costa Rica e México são os mais destacados pelos especialistas, afirmou Olin.
No caso do Chile, segundo a diretora da OneWorld Properties, o país se destaca por sua “economia sólida e regras claras” para investidores estrangeiros.
Em relação à Colômbia, especialmente em cidades como Medellín e Bogotá, a especialista afirmou que o país oferece oportunidades em um mercado em expansão. Costa Rica, por sua vez, “combina um ambiente amigável para investidores com um foco em sustentabilidade e turismo de luxo, atraindo compradores interessados em propriedades de alto valor”.
O caso do México
A proximidade geográfica com os Estados Unidos e os tratados comerciais tornam o México atraente “tanto para compradores internacionais quanto para desenvolvedores locais”, afirmou a presidente da OneWorld Properties. No entanto, ela observou que a incerteza política e a segurança em certas regiões podem ser fatores limitantes para alguns investidores.
As cidades mais atraentes são Cidade do México, Monterrey e Guadalajara, “que combinam crescimento econômico com infraestrutura em expansão”, concluiu Olin.
Paysee, por sua vez, se mostrou ansiosa para saber o que acontecerá com a nova presidente, Claudia Sheinbaum. “O tempo dirá que tipo de políticas serão implementadas e que poderão impactar o investimento. Tradicionalmente, o mercado mexicano tem oferecido grandes oportunidades e recebido muita investimento estrangeiro, especialmente em destinos turísticos e de praia”, resumiu.
Argentina: Novas oportunidades?
As mudanças propostas pelo governo de Javier Milei, como a redução da inflação e a liberalização do mercado, “podem impulsionar o setor imobiliário na Argentina se conseguirem gerar confiança e estabilidade econômica”, afirmou Olin. No entanto, a especialista alertou que “provavelmente” os investidores internacionais adotarão uma abordagem cautelosa a curto prazo, enquanto avaliam a implementação e os resultados dessas políticas.
Paysee, por sua vez, acredita que, com uma economia estável, redução da inflação e regulamentação reduzida, o país deve atrair mais investimentos. Por exemplo, explicou a especialista, a revogação das leis de controle de aluguel teve um impacto tremendo no inventário, com um aumento de mais de 100% na disponibilidade de aluguéis. Será interessante ver o impacto que essas políticas terão sobre a inflação nos próximos anos, concluiu.