A MAG Investimentos, gestora brasileira parceira da britânica Aegon Asset Management — uma das maiores da Europa, com mais de € 850 bilhões sob gestão — segue com captação positiva em 2025, com cerca de R$ 400 milhões no azul, no saldo anual.
Nos últimos 12 meses, foram R$ 1,8 bilhões entrando na gestora, que hoje tem R$ 16,2 bilhões sob gestão. A performance positiva é puxada por aportes institucionais e uma oferta robusta de produtos de renda fixa, em meio ao cenário de juros elevados no país.
“Estamos surfando essa onda da Selic alta com muito foco em renda fixa”, afirma Fernando Gabriades, sócio e diretor comercial da asset, em conversa com a Funds Society. Ex-SulAmérica Investimentos, onde atuou por 14 anos, Gabriades destaca o papel dos fundos de pensão e RPPS (Regimes Próprios de Previdência Social) como principal motor da captação da gestora: “A grande maioria vem do institucional, chegando a quase 60% do nosso AUM”.
A casa tem uma equipe dedicada a atender fundos de pensão em todo o Brasil, um time que lida diretamente com as plataformas digitais, e outro dedicado exclusivamente aos RPPS, que atualmente já gerem cerca de R$ 1 bilhão.
Três fundos lideram captação
Entre os fundos que têm puxado a captação estão três principais estratégias: o Fundo Premium, D-0, que já soma R$ 1,2 bilhão investindo em LFs (Letras Financeiras) de grandes bancos; o Fundo Cash, que passou de R$ 400 milhões para R$ 2,3 bilhões em um ano e meio sob a gestão de Sérgio Machado; e o Cash 10, um fundo D-1, com alocação relevante em LFs e operações a termo, que já se aproxima dos R$ 500 milhões. “Ele entra tanto na diversificação quanto na gestão de caixa”, diz Gabriades. “Muitas fundações usam o PGA nos nossos produtos”, comenta.
A estratégia de renda fixa da MAG tem sido construída com produtos voltados para diferentes perfis de clientes. “É difícil competir com uma NTN-B pagando IPCA + 7%. A competição com os títulos públicos é forte. Então montamos fundos customizados para os clientes, com crédito High Grade, LFs, LFTs e operações a termo”.
A gestora também vê crescimento nas plataformas digitais, que hoje representam cerca de 25% do patrimônio sob gestão. “Vemos os single e family offices também demandando esses produtos”, diz.
Expansão dos feeders e interesse crescente em offshore
Os fundos feeders, que replicam estratégias da Aegon Asset Management no mercado local, têm ganhado espaço dentro da casa. Inicialmente, o movimento de internacionalização foi concentrado em estratégias de ações globais. “O primeiro movimento no mercado internacional ficou muito focado no mercado de equities”, explica Gabriades. No entanto, esse perfil tem mudado com o tempo. “Venho percebendo uma mudança no portfólio dos investidores. Agora, há uma busca clara por diversificação e por estratégias diferenciadas.”
Com a taxa de juros elevada no Brasil, a gestora observa um aumento no interesse por alocações fora do país, tanto entre institucionais quanto no varejo mais sofisticado. “Nesses primeiros meses do ano, já temos clientes grandes analisando produtos offshore. É uma mudança importante, porque no ano passado, não entrou praticamente nada”, destaca.
Segundo ele, o varejo também deve voltar a olhar com mais atenção para os fundos internacionais nos próximos ciclos. “O investidor começa a entender melhor os benefícios da diversificação geográfica e da descorrelação com o mercado local.”
Questionado sobre os riscos regulatórios e o impacto das políticas econômicas do governo Trump, Gabriades adota uma postura cautelosa. “Por enquanto, é um momento de stand-by. Acompanhamos o cenário, mas seguimos focados em estruturar boas estratégias para os diferentes perfis de investidor.”