Após alguns anos de languidez diante do rápido crescimento dos ativos alternativos na indústria de fundos de investimento públicos no Chile, as estratégias de ativos mobiliários saíram do letargo. Com dados do setor referentes ao terceiro trimestre deste ano, a expansão desses veículos quase quadruplicou a dos fundos alternativos.
Os dados da Associação Chilena de Administradoras de Fundos de Investimento (Acafi) mostram que os veículos mobiliários fecharam setembro com um AUM coletivo de 120 milhões de dólares. Isso representa um aumento anual de 15,3%.
Em contraste, a indústria de ativos alternativos – embora mantenha sua posição dominante no universo dos fundos de investimento – viu um crescimento mais modesto no terceiro trimestre, de 4% em relação ao ano passado. Assim, atingiram um AUM de 539 milhões de dólares.
Esses resultados relativos alteram uma tendência que vinha sendo observada desde períodos anteriores. “Neste período, observa-se um maior apetite por ativos mobiliários, ao contrário de anos anteriores, explicado principalmente pelo interesse dos investidores em buscar retornos a prazos mais curtos e com maior liquidez”, explicou na nota o presidente da Acafi, Luis Alberto Letelier.
Com isso, o universo total de fundos de investimento públicos no Chile chegou a 39.567 milhões de dólares (35,5 trilhões de pesos) ao final do terceiro trimestre, período em que o câmbio se manteve relativamente estável. Isso representa um aumento de 7% em relação a setembro de 2023.
A dívida privada continua atraente
Embora os ativos mobiliários tenham experimentado um crescimento mais pronunciado, o segmento de alternativos mantém seu dinamismo, seguindo a tendência de anos anteriores. Isso é visível nas novas estratégias que ingressaram no sistema. Entre julho e setembro, foram criados 34 novos veículos. Isso leva o número total de estratégias criadas até o momento no ano a 84 fundos, com um AUM total de 659 milhões de dólares.
Neste aspecto, a liderança continua com os ativos alternativos. O 82% do patrimônio administrado pelos novos fundos, mostram os dados da Acafi, está em estratégias desse tipo, principalmente em dívida privada.
“Esses instrumentos têm atraído o interesse dos investidores por serem uma ferramenta atraente de investimento em ativos não tradicionais e com durações relativamente curtas. Isso é muito relevante, considerando o importante papel de financiamento que esses veículos representam para nossa economia”, acrescentou Letelier na nota à imprensa.
Seguindo essa linha, o líder do setor afirmou que o dinamismo demonstrado pela categoria “confirma seu potencial como uma alternativa eficiente na busca por acesso a recursos frescos para empresas e empreendimentos com projetos inovadores”.
O 58% dos ativos administrados pelos 84 novos fundos está direcionado a investimentos dentro do Chile, canalizando recursos para projetos locais de alto impacto para o país, como a transição energética, o financiamento de empreendedores e startups, e a promoção do acesso à moradia, entre outros.