A possibilidade de um rebaixamento na classificação de crédito do México é concreta, pois as condições atuais da economia mexicana indicam essa possibilidade. No entanto, não é possível determinar um horizonte de tempo em que isso possa ocorrer. Nesse contexto, José Luis Ortega, diretor de investimentos ativos da BlackRock México, afirmou que a economia do país é sólida.
“No entanto, as reuniões realizadas pela presidente do México, Claudia Sheinbaum, e pelo secretário da Fazenda, Rogelio Ramírez de la O, com duas das principais agências globais de classificação de risco são extremamente positivas. Elas representam um fator de tranquilidade, pois demonstram que há preocupação com o tema e com as condições da classificação de crédito do país”, explicou o executivo.
Na semana retrasada, a presidente e o secretário de finanças públicas se reuniram com os principais executivos da agência global Fitch Ratings, e, na semana passada, realizaram o mesmo com representantes da S&P Global Ratings. Com isso, resta apenas um encontro com a Moody’s Investor Services para completar a rodada de reuniões com as principais agências de classificação de crédito soberano do mundo.
“É muito saudável explicar pessoalmente às agências globais as condições econômicas do país e como o panorama é visto pelo governo. Se vão avaliar o México, é algo que eles precisam saber. Por isso, consideramos essas reuniões extremamente positivas; são um reflexo claro da relevância que o tema da classificação de crédito tem para as principais autoridades financeiras do México”, disse o representante da maior gestora de fundos do mundo.
“De modo geral, vemos uma economia mexicana sólida, com fatores que podem beneficiá-la no curto prazo, como o amplamente discutido nearshoring, além de outros de caráter estrutural. No entanto, reconhecemos que a possibilidade de um rebaixamento na classificação de crédito do país existe. Ainda assim, atualmente, não vemos motivos para que o México tenha uma classificação inferior à de seus pares nos graus de investimento das agências”, explicou.
As reuniões da presidente Sheinbaum e do secretário da Fazenda com duas das principais agências de classificação de risco do mundo chamaram a atenção dos analistas do mercado nacional, pois refletem um cenário diferente daquele predominante na administração anterior, que terminou há apenas dois meses.
Nos últimos dias, vários analistas consideraram a possibilidade de um rebaixamento da classificação de crédito do México em um período de 12 a 18 meses. Essa também é uma possibilidade considerada pela BlackRock. No entanto, a gestora global não quis estabelecer um prazo exato para que isso possa ocorrer.
Na reunião com a imprensa, a BlackRock também destacou alguns dos temas globais que estarão no centro de suas estratégias para o próximo ano, como o envelhecimento populacional, a disrupção tecnológica e os novos blocos comerciais.