Segundo um relatório da ETFGI, este ano será histórico para o setor global de ETFs. Só até o final de agosto, a indústria alcançou um novo recorde histórico de 13,99 trilhões de dólares em ativos sob gestão, superando o recorde anterior de 13,61 trilhões de dólares.
Nos mercados emergentes da América Latina, com o aumento da liquidez registrado na região, a tendência é similar. Especialmente para os fundos de pensões maiores, cujos gestores já utilizam os ETFs há bastante tempo como um dos mecanismos preferidos para diversificar seus portfólios e maximizar os rendimentos, conforme confirma a Vanguard.
Juan Hernández, diretor para a América Latina da empresa, conversou com a Funds Society sobre o desempenho do mercado de ETFs na região.
“Este tem sido um ano recorde globalmente na indústria de ETFs, e isso nos favoreceu, porque a Vanguard está liderando o mercado de fluxos de ETFs no mundo. Para nós, a América Latina não tem sido exceção. Na região, temos registrado resultados cada vez melhores”, afirmou.
No entanto, Hernández destaca que esse desempenho no mercado de ETFs na região não é uma tendência pontual ou passageira.
“Não é algo só deste ano ou uma moda passageira, trata-se de um fenômeno estrutural. As Afores e as AFPs na América do Sul foram os primeiros gestores a adotarem os ETFs para diversificar seus portfólios, mas hoje cada vez mais investidores de varejo e intermediários, como bancos e gestores de ativos, estão utilizando os ETFs para construir seus portfólios diversificados internacionais. Então, essa tendência se manteve este ano”, disse.
A experiência conta. Segundo Juan Hernández, os investidores sabem que a Vanguard tem desenvolvido esse mercado há muito tempo, desde que lançou o primeiro fundo indexado para investidores individuais nos Estados Unidos, em 1976. A gestora construiu uma reputação por seu rigoroso acompanhamento de índices, controles de risco exigentes e custos baixos.
“Por exemplo, os ETFs indexados foram projetados para funcionar como parte de uma estratégia de indexação central que abrange as principais classes de ativos”, explicou o executivo.
Nesse sentido, investidores institucionais como as Afores no México têm aproveitado os benefícios de investir em ETFs, embora este seja apenas um exemplo, pois esses veículos de investimento estão cada vez mais demandados.
“As Afores no México, que são o maior sistema de pensões da região, começaram a investir fora do México em valores estrangeiros por meio de ETFs e já estão bastante acostumadas a investir nesse instrumento”, acrescentou.
“Investidores como as Afores se adaptaram à modularidade, utilizando os ETFs para investir na bolsa americana, bolsas europeias, bolsa japonesa, mercados emergentes, títulos do tesouro, títulos corporativos, há muitas formas de investir. Portanto, as Afores hoje usam os ETFs como um dos seus mecanismos de investimento preferidos”, completou.
Liquidez, fator de impulso
O aumento da liquidez, tanto no México quanto em outros países da região, tem desempenhado um papel importante no crescimento da operação com ETFs, explicou Juan Hernández.
“No México, a reforma das pensões de 2020 gerou mais fluxos para as Afores. Agora, elas têm mais liquidez e, por isso, mais necessidade de investir em valores estrangeiros. Preferencialmente, elas escolhem os ETFs em vez de mandatos ou fundos ativos, por uma grande margem”, explicou, acrescentando que isso se deve à vantagem dos ETFs em “transparência, custo, liquidez e modularidade, já que é possível investir em diferentes classes de ativos.”
“Também na Colômbia, recentemente foi aprovada uma reforma das pensões e os gestores já estão analisando como e onde investir esse 6% adicional. Na Chile, está sendo discutida uma reforma das pensões e como os recursos serão investidos, e os ETFs estão na linha de frente, por todas as vantagens que já mencionamos”, concluiu.