O investimento das EFPC (Entidades Fechadas de Fundos de Pensão) em criptoativos deve continuar bloqueado no Brasil nos próximos anos, à espera de um aval da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), que recomendou ao CMN (Conselho Monetário Nacional) o veto da classe de ativos para nova resolução que atualizará a regulamentação de investimentos para os fundos de pensão.
“O setor é muito novo e volátil. Precisamos de mais tempo para observar o comportamento desse classe de ativos”, afirmou o diretor de normas da autarquia, Alcinei Cardoso Rodrigues, em entrevista à Funds Society durante o Seminário Internacional FIAP-ABRAPP, realizado no Rio de Janeiro, em 3 e 4 de outubro.
Rodrigues afirma que a Previc não é ‘contra nenhuma classe de ativos’, e que o órgão dedicado aos fundos de pensão tem estudado várias classes de ativos e que sempre está aberta a entender e difundir conhecimento sobre novos tipos de investimento. “A função do regulador não é a de censurar investimentos (…) vamos analisar a classe, sempre ouvimos todos envolvidos, fazemos análises aprofundadas”, diz.
“Precisamos de tempo, vamos deixar o setor maturar. Vamos ver como o setor vai se desenvolver aqui.”
E ele diz que a volatilidade das criptomoedas é um dos principais aspectos que joga contra o setor. “Chegamos 70% de volatilidade (…) isso não é trivial”, diz. No entanto, o diretor avalia que com o tempo a Previc poderá avaliar “uma permissão de 1% ou 2%” para as fundações de previdência complementar.
O diretor não precisou qual o período necessário para isso ocorrer, mas falou em “um ou dois anos” como uma possibilidade sólida para autarquia passar a liberar investimentos na classe de ativos.