Um novo relatório da MillTechFX, empresa especializada em serviços de câmbio, revela que 82% dos gestores de fundos europeus enfrentam dificuldades devido à falta de transparência no mercado de câmbio. Este número é superior ao do Reino Unido, onde 73% dos gestores de fundos acreditam que há falta de transparência. De acordo com a pesquisa que fundamenta este relatório, a percepção de opacidade é provavelmente devido à incapacidade de comparar o mercado, levando os gestores a considerarem que um dos principais desafios que enfrentam é a busca por cotações comparativas.
Em linha com essa percepção, 84% dos gestores de fundos europeus, 75% dos gestores de fundos britânicos e 71% dos gestores de fundos norte-americanos afirmaram que seus custos de hedge aumentaram no último ano. “Embora a volatilidade das moedas tenha diminuído desde o pico atingido no final de 2022, as flutuações cambiais continuam a ter um impacto significativo nos gestores de fundos europeus: 89% declararam que seus rendimentos foram afetados pela volatilidade do euro e 88% afirmaram que as moedas foram significativas para seus negócios”, indicam os promotores do relatório.
Segundo a pesquisa, os gestores de fundos estão priorizando estratégias de hedge para proteger seus rendimentos: 77% fazem hedge do seu risco cambial previsível, enquanto 88% dos que não o fazem estão considerando fazê-lo, e 53% estão considerando cobrir-se pela primeira vez devido à atual volatilidade do mercado de câmbio.
“Apesar de ser um dos maiores mercados do mundo, o mercado de câmbio também é um dos mais opacos. Gestores de fundos em todo o mundo enfrentam custos ocultos e normalmente trabalham apenas com um pequeno número de entidades de contraparte devido às complexidades operacionais, o que significa que muitas vezes não sabem se estão obtendo um bom preço ou não”, afirma Eric Huttman, CEO da MillTechFX.
Os dados indicam que a média de hedge entre os gestores de fundos europeus é de 40%-49%, e 61% dos entrevistados afirmaram que seu nível de cobertura era superior ao do ano passado, enquanto apenas 7% disseram que era inferior. A duração média dos hedges foi de 4,82 meses: 52% declararam que era superior à do ano passado e apenas 6% afirmaram que era inferior. Olhando para o futuro, 50% dos gestores de fundos europeus estão aumentando sua taxa de cobertura, e 40% estão ampliando sua janela de cobertura, enquanto apenas 19% estão reduzindo sua taxa de cobertura e 16% estão reduzindo sua janela de cobertura.
Outras tendências
A pesquisa também revelou que a Europa lidera a cruzada mundial pela diversidade de contrapartes, onde uma maior porcentagem de gestores de fundos europeus busca diversificar suas contrapartes (90%), em comparação com o Reino Unido (80%) e a América do Norte (81%). Isso se deve muito provavelmente à falência e posterior absorção de um dos maiores bancos do continente, o Credit Suisse.
Uma conclusão clara é que o ESG é uma prioridade global. A pesquisa perguntou aos gestores de fundos da Europa, Reino Unido e América do Norte se as credenciais ESG afetam as contrapartes selecionadas, e o percentual que respondeu afirmativamente foi muito alto em cada região: 94% na UE, 96% na América do Norte e 89% no Reino Unido.
Além disso, a pesquisa destacou como a dependência de processos manuais está impulsionando a automação. 43% dos gestores de fundos europeus utilizam e-mail para instruir transações financeiras, e um terço (33%) dos entrevistados ainda recorre a chamadas telefônicas. Portanto, não é surpresa que 87% dos gestores de fundos europeus estejam explorando a automação. Este percentual é superior ao do Reino Unido (79%) e da América do Norte (78%).
“A pesquisa também revelou algumas tendências globais interessantes, como o fato de que mais gestores de fundos europeus diversificam suas contrapartes do que seus homólogos britânicos e norte-americanos. Ela também destaca que o ESG é uma prioridade global, com a grande maioria dos gestores de fundos da Europa, Reino Unido e América do Norte levando em consideração as credenciais ESG das entidades de contraparte”, acrescenta Huttman.
Em sua opinião, muitos gestores de fundos europeus ainda dependem de processos manuais para realizar transações em moedas, o que resulta em perda de tempo e recursos. “A maioria está recorrendo à automação, que traz grandes vantagens, como a determinação centralizada de preços, a criação de um fluxo de trabalho integrado, maior transparência e uma integração mais rápida, tudo o que pode proporcionar aos gestores de fundos uma visão mais clara de seus custos cambiais, bem como uma maior eficiência operacional”, conclui o CEO da MillTechFX.