Já se passaram cinco anos desde que a gigante colombiana SURA entrou no negócio de investidores institucionais, complementando suas áreas de gestão de patrimônio e de clientes corporativos –agrupadas na estrutura SURA Investments– e alcançando um AUM de US$ 1.6 bilhões de dólares na unidade. Olhando para o futuro, o plano é duplicar os ativos dentro de cinco anos. E uma peça fundamental dessa ambição é o México, onde querem lançar-se para atrair instituições.
“Estamos procurando como podemos entrar nessa jurisdição”, afirma Gerardo Ameigenda, Diretor Executivo de Negócios Institucionais do escritório, em entrevista à Funds Society. A empresa já desenvolveu seus músculos nos negócios corporativos e de gestão de patrimônio no país –além do mais, o México é responsável por metade do AUM da SURA Investments, acrescenta– mas agora quer atrair fundos de pensão e companhias de seguros, além de outros entidades que adquirem fundos, como family offices, consultores, fundações e corretores, entre outros.
Embora seja um local altamente competitivo, com forte presença de players norte-americanos, é um espaço onde vêem muito potencial. “É um país que está a ter mudanças nos seus sistemas de pensões, onde a contribuição está a aumentar. Isto mostra que o montante que os fundos de pensões vão gerir no México está a crescer. Isso gera muitas oportunidades”, explica o executivo.
O plano de conquista não foi finalizado, mas estão a explorar as suas opções, incluindo fundos com capital inicial –para gerar tração e histórico– ou alianças com terceiros. “O que estamos a analisar é qual é a forma mais rápida de desenvolver capacidades”, diz Ameigenda, acrescentando que estão actualmente a avaliar as suas alternativas.
Para o executivo, esse avanço no mercado mexicano não fica apenas nas conversas, mas ele sabe que esse tipo de expansão leva tempo. “Não é força bruta. É uma questão de ver qual é a melhor estratégia e estamos trabalhando nisso”, afirma.
Além dos clientes, este é um mercado que também deverá crescer no seu mercado de ativos alternativos, dados os ventos favoráveis. Num contexto de entusiasmo pelo nearshoring, espera-se que haja um aumento da procura em investimentos em infraestruturas, imobiliário e até dívida privada.
Um novo plano de fundo
Do lado do produto, uma das prioridades da SURA é uma estratégia que está a promover no Luxemburgo. Este veículo UCITS, comenta Ameigenda, investe em dívida corporativa latino-americana.
“Estamos promovendo este fundo para comercializá-lo na América Latina para canais institucionais e outros”, afirma o Diretor Executivo regional da área, acrescentando que “tem tido muito interesse no mundo da distribuição”.
A empresa vem desenvolvendo a estratégia há cerca de três anos e busca aproveitar os ventos favoráveis da classe de ativos. “Entendemos que é uma grande oportunidade para a Latam, com taxas elevadas e dados relativamente sólidos”, explica.
Para o profissional, além de representar cerca de 30% do mundo emergente, a América Latina chama a atenção dos investidores, como estratégia de nicho. “Nos mercados emergentes, não somos todos iguais. A Latam está se olhando com outros olhos, com mais interesse”, indica.
Independentemente do segmento de investidores, os latino-americanos são “grandes demandantes” de ativos de renda fixa, acrescenta. “O pior já passou”, segundo Ameigenda, o que gerou uma “limpeza necessária” na categoria.
Concentre-se em alternativas
Fora da sua estratégia offshore, a atenção da SURA Investments está voltada para o mundo das alternativas, onde vêem que “o negócio que mais consome” é o institucional.
“Esse cliente não precisa de um assessor para dizer quais serão as taxas”, explica Ameigenda, por isso é preciso oferecer estratégias que realmente complementem seu portfólio.
Nessa linha, a controladora colombiana desenvolveu sua plataforma alternativa para o segmento. Isto é especialmente desenvolvido no seu mercado interno, mas também tem alguma atividade no Peru e no Chile. “O que buscamos é ter equipes que saibam fazer muito bem esse trabalho e que sejam capazes de desenvolvê-lo”, comenta.
Ao nível da classe de activos, concentram-se em infra-estruturas, activos imobiliários e dívida privada. É nessas categorias, segundo Ameigenda, que eles podem complementar as equipes de investimento dos gestores de fundos de pensão e oferecer opções de nicho para completar carteiras.