Uma carteira com ativos descorrelacionados, e produtos indexados em dólar, compõe parte das estratégias de recomendação do Bradesco Global Private Bank a seus clientes, segundo sua CIO, Juliana Laham.
“Em nossos portfólios, sempre consideramos uma alocação internacional. Teoricamente, quanto mais risco o cliente tem aqui no Brasil, mais ativos indexados a dólar ele deveria ter proporcionalmente na sua carteira”, afirma Laham em entrevista a Funds Society, durante o evento Fin4she, realizado em São Paulo.
Há 6 anos no cargo, e com passagens pelo HSBC, Goldman Sachs, Barclay’s, ABN AMRO e Citibank, a executiva diz que o universo de ativos no Brasil hoje contempla grande parte de ativos dolarizados via estratégias locais, seja através de feeder funds, fundos espelhados ou ETFs, tornando-se mais fácil descorrelacionar ativos.
“O dólar funciona como um contrapeso nas carteiras”, afirma, colocando que em momentos de stress, como no atual momento macroeconômico, com juros altos nos EUA e tensões geopolíticas, os ativos domésticos acabam sendo muito impactados, e que a moeda americana então pode funcionar “como um hedge, do ponto de vista de redução de risco no longo prazo para as carteiras”. E quando ocorre uma eventual depreciação da moeda americana ante o real, usualmente o “portfólio dos investidores em ativos locais está subindo”.
Oportunidades em renda variável
Laham diz que é natural que diante de juros altos, a renda fixa e os ativos indexados à inflação ganhem mais protagonismo, mas afirma ter convicção de que há boas possibilidades de ativos na renda variável.
Em meio a tantos players oferencendo consultorias e assessorias financeiras, alguns dos elementos diferenciais no Bradesco Global Private Bank são o processo de governança envolvendo a recomendação de ativos, e o foco no cliente, com serviços customizados.
Segundo ela, as recomendações de investimento antes são apresentadas a um grupo colegiado, em que existem votações por critérios técnicos e discussões, com tudo separado do time comercial, para não haver conflito de interesses. “E dessas reuniões, saem as atas mostrando o que foi discutido e quem votou em que”, afirma.
Ela diz ainda que o trabalho para com os clientes envolve uma identificação de ativos para cada perfil, a descorrelação de ativos e também serviços de pós-venda, com abordagens sobre a performance dos ativos daquela carteira.