O setor de EFPCs (Entidades Fechadas de Previdência Complementar) deve seguir terceirizando a gestão de fundos, buscando gestores especializados, a fim de aproveitar as oportunidades do mercado e mais agilidade em processos de investimentos, vê Diego Condado, sócio e gestor da Galapagos Capital.
Ele lidera a área de Investment Solutions da gestora, que tem aumentado sua carteira de fundos de pensão no último ano em 50% – e que deve acrescentar cerca de R$ 1,4 bilhão nesse ano, advindo de três novos mandatos de fundos de pensão.
“Apesar da indústria de fundos estar num momento mais complicado, com uma captação menor, as fundações entendem que esse mercado mais difícil precisa de uma gestão bem profissional para fazer essa alocação, a fim de aproveitar as oportunidades do momento”, diz Condado.
Na área comandado por ele, com 12 clientes, incluindo majoritariamente fundos de pensão, mas também gestoras e empresas de grande porte, são atualmente R$ 6 bilhões sob gestão. A arquitetura local, independente, permite alocações para assets fora da casa, onde parte desse montante está distribuído.
Terceirização traz agilidade
Ele afirma que as EFPCs também veem na terceirização da gestão a chance de obter maior eficiência e agilidade nos processos de investimento. “Numa carteira própria é mais demorado, porque você tem que chamar o conselho, um comitê de investimentos. Existe um rito processual que faz com que os movimentos sejam mais lentos, o qual entendo ser válido até por pela segurança que o mandato de preferência exige”, diz. “Mas na gestão terceirizada, você delega parte dessas decisões, abrindo espaço para alocações mais eficientes, no momento certo“.
Mas as fundações também buscam a Galapagos pelo corpo técnico, diz Condado, que é também atuário. Ele já conhecia e atuava junto ao setor quando respondia pelo Grupo i9, que possuía uma consultoria especializada no atendimento de clientes institucionais, e que foi incorporada pela gestora juntos a outras áreas do grupo. “Acho que esse histórico nos ajuda a realmente entender e navegar bem nesse setor”, diz. A área de Investment Solutions oferece também às fundações a possibilidade de atendimento por estratégia ou por plano de benefícios.
Demanda está no crédito privado, mas queda do juros vai sustentar renda variável
Segundo Condado, grande parte da demanda das instituições está indo para o crédito privado. Ele condiciona o movimento à abertura de spreads no início do ano passado, com o evento das Lojas Americanas, também a uma atratividade dos títulos. “Apesar de terem um prêmio de longo prazo menor do que uma NTN-B, ela traz uma segurança e um nível que taxa que hoje remunera mais que muitas metas atuariais”, diz.
Ele afirma que dentro da área, as alocações em renda variável e multimercado pelos players estão nas mínimas históricas, mas que isso deve mudar com a queda dos juros, especialmente pelo Federal Reserve. “Vejo que ali teremos uma janela, onde as fundações vão ter um aumento de apetite ao risco e diversificação”, diz.