A sucessão patrimonial nas family offices é considerada um dos grandes dilemas, ou talvez o maior, para as famílias empresárias, devido aos vários fatores envolvidos. Para impulsionar o tema e contribuir para a solução do dilema, no Family Office & Investors Summit 2024 CDMX foi realizado um painel onde especialistas em sucessão patrimonial dentro das family offices discutiram o assunto.
O fator essencial no tema de sucessão patrimonial é o planejamento estratégico, segundo Michael Devlyn, membro da terceira geração do grupo Devlyn, uma empresa especializada na venda de óculos. De acordo com o profissional, as gerações devem aprender a transitar na sucessão com sócios, não sócios, operadores, familiares, etc. Ou seja, envolver todas as áreas e pessoas que compõem o negócio.
O planejamento estratégico em uma empresa ou negócio familiar sempre deve incluir o planejamento da sucessão. Segundo os especialistas, esse processo não é outra coisa senão legar o esforço feito para gerar e consolidar o patrimônio para as gerações seguintes, que deverão fazer um esforço semelhante.
Nesse processo, é importante desenhar os planos de preparação da geração que cede para a geração que sucede, desde aspectos como o conhecimento pleno da empresa até a escolha adequada das lideranças.
Gabriela Sánchez, sócia na Finec Asset, apontou que o maior problema da sucessão patrimonial são as próprias pessoas, aquelas que destroem e causam todo um caos em meio ao patrimônio. Por isso, é importante planejar antecipadamente, comunicar-se constantemente entre as gerações e, sobretudo, respeitar-se como membros do negócio familiar, independentemente do interesse no negócio.
Para Gabriel Uribe, diretor de Wealth Planning no Credit Suisse, a sucessão patrimonial deve ser planejada com base em três eixos. O primeiro é garantir que as necessidades das gerações possam ser satisfeitas. O segundo pilar é a comunicação intergeracional, essencial para a sucessão patrimonial. Finalmente, o terceiro eixo está relacionado com o desenho das atribuições e responsabilidades das lideranças que chegam.
Antecipar e comunicar a sucessão com clareza, buscar formas de perpetuar o motor econômico da família, detectar previamente as lideranças e preparar o patrimônio para gerar canais de renda são outros fatores relevantes apontados pelos especialistas.
No final, a sucessão é inevitável, por isso os participantes do painel indicaram que o assunto deveria deixar de ser um dilema para se tornar um fator a mais na vida das family offices, o que, sem dúvida, preservará o legado de maneira harmoniosa.